Segundo Sol: Beto Falcão e os artistas que só ganham fãs depois de mortos

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Segundo Sol começou muito bem. Já estamos todos bastante envolvidos pela trama de Beto Falcão, seus inimigos e suas paixões. O cantor de axé mais vacilão que se tem notícia caiu no papo do irmão e está há 20 anos se fingindo de morto, enquanto a família enriquece graças à famigerada necrofilia da arte.
O termo aparece em cativante canção de mesmo nome, lançada pelo grupo mineiro Pato Fu ainda nos anos 90: “Se Lennon morreu, eu amo ele / Se o Marley se foi, eu me flagelo / Elvis não morreu, mas não vivo sem ele / Kurt Cobain se foi, e eu o venero”.
A crítica é ácida e mordaz, mas bastante válida por fazer refletir sobre um comportamento demasiadamente humano. Basta um defunto célebre aparecer nos jornais para que aglomerações de fãs e profundos conhecedores saiam da toca, não obstante com informações recém encontradas em Wikipédias da vida.
Por mim, tudo bem. É ótimo que a obra de um artista chegue à luz dos holofotes em algum momento, mesmo que seja ao mesmo tempo em que o pobre poeta tenha abotoado o paletó de madeira. Contrariando Caetano, atrás do trio elétrico eventualmente vai até quem já morreu.
Beto Falcão se escondeu para ver de camarote o interesse pelo próprio trabalho crescer exponencialmente. De cantor fracassado, barrado em camarotes e fazendo shows vazios, se tornou um fenômeno comercial, um gênio a frente de seu tempo, um injustiçado pelo fim precoce de uma vida cheia de potencial.
Mas que nada. É só um cara que teve mais sorte do que juízo. Enquanto o elenco de Segundo Sol já baixou a discografia inteira de Falcão, ficamos no aguardo para ver como a revelação de que o astro post-mortem continua vivo vai impactar sua saúde.
Voltamos a qualquer momento com novas informações.
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