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Wanessa é a artista mais consistente do país: está sempre equivocada

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Imagem: Reprodução/Instagram

28/04/2018 15h30

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Ainda lembro quando estreou o primeiro videoclipe da Wanessa Camargo na MTV, uma desengonçada fábula adolescente protagonizada pela cantora e o namorado, ninguém menos que Dado Dolabella. A música era um sertanejo com gritinhos estilo Mariah Carey, feita sob medida para figurar entre as mais tocadas nas rádios AM Brasil adentro.

Desde então, a neta de Francisco fez o que pôde para se manter em voga. Flertou com o hip hop, inclusive com uma inesquecível parceria com o infame Ja Rule, virou hit nas boates destinadas ao público LGBTQ+ e tentou emplacar qualquer ritmo que surgisse como promissor nas paradas.

O pragmatismo mercadológico não deve ser visto como algo negativo por si só. Vivemos em um mundo capitalista e é ótimo que Wanessa tenha visão e disposição para encarar a moda da vez. Se fosse empreendedora, certamente teria aberto paleterias e barbearias hipster em um passado recente. E fechado poucos meses depois, é verdade.

Mas a cantora é do mundo da música e está em busca do próximo avocado. Sua mais nova persona é um decalque um pouco frívolo de cantoras como Anitta, Ludmilla ou Pabllo Vittar. O grande problema é que Wanessa continua sem convencer ninguém.

A cantora coleciona sólido histórico de equívocos ao forçar a barra a cada lançamento. “Mulher Gato” faz a recém nascida carreira musical da lasciva Cléo Pires parecer música evangélica. E o absurdo dessa situação garante, no máximo, umas boas risadas.

A verdade é algo fundamental para qualquer artista nos dias de hoje. Quando a única característica que dá unidade a uma obra é a facilidade de se adaptar à mão pesada do mercado, algo está errado.

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