Huck e Oprah indicam: a política é a próxima fronteira do entretenimento
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
Na oportunidade da eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos e João Dória como prefeito de São Paulo, escrevi o seguinte:
“Está cada vez mais difícil aproveitar de maneira satisfatória o desenrolar de uma história acompanhando séries ou filmes. Existem narrativas inteiras sendo gestadas a partir única e exclusivamente da expectativa. É sempre sobre o que está por vir.
E isso criou uma geração de fãs ansiosos e infelizes, sempre no aguardo do que vai ou não acontecer. Por isso, ficam discutindo durante meses a fio sobre cenas dos pós-créditos, fofocas de bastidores e fotos de sets. E não é difícil ver threads gigantescas sobre cenas que eventualmente acabam cortadas na edição final.
Essa mistura de fascínio por spoilers com uma irresistível especulação criativa por parte dos fãs acabou deixando o mercado do cinema e das séries um pouco mais idiota. Os próximos anos serão muito mais divertidos para quem acompanhar o desenrolar da política brasileira e mundial. O mundo vai explodir feito pipoca, amigos.
E o espectador definitivamente faz parte da história, pois decide quem serão os protagonistas e sofre diretamente as consequências de cada plot. A segunda tela da política possui fãs mais engajados, perturbados e divertidos que qualquer novela ou reality show.
Não obstante, trata-se de um formato à prova de spoilers. Por mais que acabe vazando um documento ali e certos contratos acolá, nunca sabemos realmente do que acontece nesses bastidores. Estamos lidando com profissionais, afinal de contas. Se a surpresa é o melhor trampolim para o encantamento do showbiz, nada melhor do que viver tomando sustos nessa montanha-russa geopolítica cuja queda vem ficando ainda mais íngreme depois da próxima curva.”
Apesar de famosos, Trump e Dória são celebridades menores em seus ecossistemas. A entrada de Oprah Winfrey na corrida presidencial americana de 2020 e o inevitável lançamento de Luciano Huck como candidato a chefe máximo deste país certamente elevam o jogo a outro patamar.
O último domingo foi fundamental para ambos. Luciano Huck e Angélica foram formalmente apresentados como cidadãos políticos ao povo brasileiro em um longo e carinhoso quadro no Domingão do Faustão. E Oprah foi agraciada com um prêmio no Globo de Ouro, onde teve pleno espaço para brilhar como porta-voz do movimento “Time’s Up”, e ainda trouxe a discussão sobre assédio para um campo mais abrangente e próximo que os bastidores de Hollywood.
Tanto Huck quanto Oprah fizeram fama e fortuna contando histórias de gente triste como ponte para demonstrar como são solidários. Personalidades desse quilate concorrendo a cargos públicos pode ser muito interessante. Como vivem de relações públicas, têm muito a perder caso cometam vacilos excessivos. Mas é importante lembrar que estamos em um campo à prova de spoilers. Vamos ver o que vem por aí.
Voltamos a qualquer momento com novas informações.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.