Emissoras ainda desperdiçam potencial das redes sociais

A minissérie "Malasartes e o Duelo com a Morte" estreou nesta terça-feira (26) na TV. É outra daquelas tradições de fim de ano: pegar um filme nacional que passou em branco nas bilheterias e transformar em uma atração especial na grade da Globo.

Mas foram eventos ocorridos na internet que chamaram minha atenção.

Todas as emissoras estão fazendo um esforço consistente no intuito de entrar nas conversas da audiência nas redes sociais. Para alavancar as métricas, os perfis das televisões tentam mimetizar as reações do público sobre seus produtos. Só que não é natural ver a Globo, por exemplo, exibindo um programa ao mesmo tempo em que tenta emplacar memes sobre ele:

Nessa relação em constante transformação que se estabelece pela internet, cabe às emissoras municiar o público com cada vez mais material para que crie suas conversas. Tentar emular institucionalmente essas reações não parece o melhor investimento de tempo e dinheiro.

Para uma atração televisiva virar assunto, é necessário que as pessoas se importem minimamente com ela. Os perfis das emissoras nas redes sociais podem trabalhar muito bem a favor disso ao trazer novas camadas sobre o que exibem na TV. A famigerada segunda tela trata-se de uma oportunidade para enriquecer a experiência.

Mais do que copiar besteiras que a internet já provê com fartura, a divulgação de "Malasartes" na internet tinha muita informação complementar da própria Globo para trazer à tona. Mas isso vale para todos os programas e emissoras.

O maior ativo que as empresas de conteúdo possuem é justamente a riqueza dos universos daquilo que produzem e exibem. Apenas relembrar que um produto existe usando clichês e frases feitas não chega a ser suficiente. Vejam o que a Marvel tem feito à exaustão com seus blockbusters: ficam o tempo todo apresentando contexto para que imprensa e fãs tenham sobre o que falar na internet.

As discussões e os memes vem na esteira desse trabalho, e não goela abaixo.

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