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"Bright": Até o filme do Naldo seria mais negócio para Will Smith

Matt Kennedy/Netflix
Imagem: Matt Kennedy/Netflix

26/12/2017 14h42

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No papel, "Bright" --novo filme da Netflix-- é uma maravilha. Colocar personagens de fantasia como elfos e orcs vivendo em uma sociedade urbana e violenta como a nossa parece diversão para a família inteira.

A própria Netflix não nega que tem altas pretensões para esse promissor universo, mas infelizmente chamou o Sérgio Naya para construir um Palace 2 do entretenimento. O diretor David Ayer e o roteirista Max Landis nunca fizeram um único filme que prestasse. Não chega a ser uma surpresa que "Bright" seja uma tragédia.

Woody Allen abre "Noivo Neurótico, Noiva Nervosa" contando uma piada que ajuda a explicar seu sentimento sobre a brevidade da vida. "Duas mulheres mais velhas estão num resort nas montanhas e uma delas diz: 'Nossa, a comida nesse lugar é terrível'. A outra diz: 'É! Você sabe… e em porções tão pequenas'". A anedota também serve para conversar sobre os diálogos de "Bright".

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Boa parte do filme é recheada apenas por tiros e explosões, passando por diversos minutos sem que o protagonista e seu parceiro orc cheguem a proferir uma única palavra. O que é bom, pois os diálogos são terríveis. Mas também é frustrante.

O carisma de Will Smith, que já ajudou a amenizar catástrofes de outrora, aqui é completamente subjugado em uma trama sem humor nem carisma.

"Bright" muitas vezes parece um gameplay insuportável de um jogo que você não pode comprar. É um cruzamento de "GTA" com "Legend of Zelda", mas provavelmente acabará enterrado no deserto ao lado das fitas do "ET" da Atari.

Até o filme do Naldo seria mais negócio para Will Smith desfilar seus reconhecidos talentos. A história do menino pobre que vence na vida, depois cai no ostracismo e se mete em sérias intrigas com a lei é um arco narrativo surpreendentemente mais interessante que o lançamento da Netflix.

Em vez de ser o filme que vai mudar os paradigmas dos grandes lançamentos da indústria cinematográfica, "Bright" ficou parecendo apenas mais uma bomba estrelada por um ex-astro em atividade e lançada direto em DVD. Cada geração tem o Steven Seagal que merece.

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