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Humor em crise: "Zorra" e Marco Luque deprimem os sábados da Globo

"Zorra", o túmulo do riso - Divulgação
"Zorra", o túmulo do riso Imagem: Divulgação

16/12/2017 04h00

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O Brasil ficou mais triste com o fim do "Zorra Total". A tradição do humor de bordão deu espaço a um suposto produto mais refinado, com situações do cotidiano e muita crítica social.

As esquetes dificilmente ultrapassam 1 minuto de duração, talvez para garantir que o pobre telespectador não tenha tempo de refletir se a piada foi boa ou realmente lamentável. Isso também devido ao fato de que o riso não chega a ser o objetivo final do "Zorra". O único efeito desejado é que o público reconheça a "puta sacada" de cada segmento.

O programa parece uma egotrip cara demais, com elenco inchado e uma diversidade inacreditável de figurinos e cenários. É um desperdício, aliás, ver artistas do quilate de Welder Rodrigues e Dani Calabresa presos a tão insalubre projeto.

A Globo sempre procurou mostrar que é possível fazer TV de qualidade e popular na mesma toada. O "Zorra" desobedece a ambos os preceitos.

Mas também não basta colocar uma fantasia em um cidadão qualquer, pedir para executar um sotaque esquisito e imaginar que isso é humor. A persistente continuidade de Marco Luque no showbiz brasileiro é um mistério.

Marco Luque no "Altas Horas" - Reprodução - Reprodução
Observe a reação da plateia
Imagem: Reprodução

Não é mera coincidência que o "Altas Horas" tenha abandonado o slogan "vida inteligente na madrugada" justamente na mesma época em que Marco Luque passou a integrar o elenco fixo do programa.

É difícil enxergar qualquer método na arte de Luque, além de um improviso acochambrado que varia entre o humor de vestiário e o bullying rasteiro. O ex-CQC pode ser uma companhia muito divertida em churrascos, longas viagens de ônibus e acampamentos, mas isso dificilmente resulta em bom entretenimento televisivo.

As noites de sábados da Rede Globo precisam fazer as pazes com o povo brasileiro.

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