Música nova estabelece Anitta como mais uma cantora pop genérica

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Mais recente lançamento do projeto CheckMate, "Is That For Me" é uma parceria de Anitta com o famigerado Alesso. O produtor & DJ é um mestre da música eletrônica em suas vertentes mais "farofas", ou seja, aquele house bem sem vergonha. Por mim, tudo bem.
O single poderia figurar na discografia de Rihanna, Jennifer Lopez, Fergie, Justin Bieber ou Britney Spears. É certamente a mais genérica encarnação de Anitta, que parece acreditar que o melhor jeito de fazer sucesso lá fora é se misturar à paisagem.
É interessante notar as mudanças na sonoridade da cantora.
Anitta começou com funks que considero clássicos modernos do estilo. "Menina Má", "Proposta", "Fica Só Olhando" e "Eu Vou Ficar" estão entre as melhores músicas do gênero nessa segunda década do século 21.
Ao lançar seu primeiro disco pela Warner, o funk passou a ser um elemento mais diluído. Apesar de músicas como "Meiga e Abusada" e "Show das Poderosas" remeterem às origens, a estrutura ia ficando mais pop. E não tem como esquecer de "Zen", hit que se apropriou da mesma toada de qualquer música do Natiruts. Os horizontes foram se expandindo naturalmente nos trabalhos seguintes.
Eis que as recentes parcerias com Iggy Azalea, Pabllo Vittar, Major Lazer e Poo Bear já indicavam que Anitta não pretende chegar na terra de Donald Trump com frutas tropicais penduradas no chapéu.
A estratégia é conquistar espaço nos vídeos relacionados de artistas pop internacionais, em vez de encalhar nas prateleiras de world music. Faz mais sentido do que gostaríamos de admitir, e ainda é um bom uso de seu talento e até do "physique du rôle".
Espero que Anitta esteja permitindo essa anulação artística para ganhar espaço e, aí sim, fascinar o mundo com o sacolejante pop de batida funk. Mas o fenômeno da gentrificação costuma ser um caminho sem volta, infelizmente.
Vamos ver o que vem por aí.
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