Dicas para perder o medo de avião (e passar a ter pavor)
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Dizem que o medo de avião está intrinsecamente ligado a outros problemas de cunho psicológico e psiquiátrico. Condições clínicas como transtorno de ansiedade ou ataque de pelanca costumam andar lado a lado com a dificuldade de aceitar que um trambolho daquele tamanho vai cruzar os céus em segurança.
Particularmente, devo confessar que não acredito em aviões. Já estou há quase dois anos cumprindo meu objetivo de resolver todas as minhas viagens na segurança da terra firme.
Muita gente pergunta se houve algum gatilho específico para que o temor da inevitabilidade da morte ocupasse um espaço tão nobre em minha cachola no momento em que entro (entrava!) em um avião.
O fato é que não chego a ser um cidadão muito corajoso. Não dirijo, nunca entrei em uma montanha-russa e evito assistir a filmes do Leandro Hassum. São medos que não causam maiores transtornos em minha rotina.
Como a maior parte da população, a ideia de voar me parece extremamente equivocada. É contra as leis da natureza e até da física, se me perguntarem. Hoje em dia com tantos canais em HD mostrando as maravilhas do mundo, qual a razão de passar 12 horas atiçando a sede de sangue do Oceano Atlântico?
Depois que eu descobri que cada turbulência mínima que o avião faz equivale a um prédio de nove ou doze andares, resolvi que era hora de parar. Dizem que é o meio de transporte mais seguro que existe e que o avião não cai durante turbulências, mas eu ainda prefiro o aconchego do lar.
Uma vez perguntaram para o Oscar Niemeyer porque diabos ele não entrava em avião há muitos anos. Às portas do centenário, o eminente e longevo arquiteto respondeu: “A idade tem de trazer privilégios.”
Algumas pessoas não conseguem disfarçar a pena que sentem quando aviso que não entro em pássaros de metal há algum tempo. Sugiro direcionar sua pena aos tripulantes que precisam fazer isso para viver. A única coisa que sinto é satisfação por não ter que esperar até os 90 anos para usufruir de tamanho privilégio.
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