UOL Entretenimento
 
10/02/2006 - 19h37
Dora Longo Bahia trabalha contrastes em mostra individual no CCBB-RJ; leia entrevista e veja imagens da exposição
AUGUSTO OLIVANI
UOL Diversão e Arte



A artista plástica Dora Longo Bahia trabalha com os contrastes que identifica no cotidiano. Adepta da "cultura de garagem", que lida com o erro de forma visceral, ela é roqueira chegada em um barulho (tem mais de uma banda) e também professora da disciplina _arte, não rock.

Agora, Dora prepara-se para abrir a primeira mostra individual no Rio de Janeiro, no Centro Cultural Banco do Brasil, intitulada "Escalpo Carioca e Outras Canções". São 12 obras: sete pinturas, uma instalação, dois vídeos e fotografias. A curadoria é de Agnaldo Farias e a temporada se estende até 23 de abril.

Na exposição são apresentadas pinturas de grandes dimensões _em duas séries de escalpos_, além de vídeos, instalações e fotografias. "Eu trabalho em cima do que é considerado erro", conta Dora em entrevista ao UOL. "Acho muito importante tentar ver o erro de uma maneira positiva."

Dora Longo Bahia costumeiramente trabalha usando diferentes técnicas, como pintura, vídeo e fotografia. Nas duas séries de pinturas inéditas que ela apresenta no CCBB-RJ, "Escalpo Carioca" e "Escalpo Paulista", Dora insere seus quadros figurativos sobre suportes incomuns, como tapumes de madeira e placas de cimento. Para ela, trata-se de contrastes.

"Todo o meu trabalho, toda essa exposição, tem a ver com contraste. É o que acontece na vida de, por exemplo, você viver nesse paraíso que é uma porcaria", explica Dora. Em "Escalpo Carioca", título da série de quatro pinturas de grandes dimensões (250x350cm), ela reproduz paisagens do Rio de Janeiro. O mesmo acontece em "Escalpo Paulista", com três telas quadradas (200x200cm) que retratam vistas de São Paulo, em contraponto à série anterior.

"As pinturas chamam-se escalpos porque trazem peles feitas de tinta arrancadas de seus suportes originais", conta Dora. "São imagens figurativas supergrandes, aplicadas em superfícies precárias. Para mim, o suporte está na rua. Quando uso esses materiais, uso algo que é do cotidiano", afirma.

Essa atitude, de certa forma, reflete a própria visão de arte de Dora Longo Bahia. "O grande problema das artes plásticas", diz ela, "é essa aura de 'Arte', com letra maiúscula, essa coisa de 'gênio', de ter que falar baixo quando o cara entra no museu."

ROQUEIRA DE SANGUE

O rock _principalmente o punk e sua ética de "faça você mesmo"_ é fundamental na abordagem de Dora. "Gosto da cultura de garagem, do rock, porque é uma linguagem mais fácil, menos pretensiosa, tem uma energia que tenta atingir muita coisa com pouco. Sem virtuosismo, sem que tudo precise ser impecável", diz.

Outra série inédita na individual de Dora no CCBB-RJ é a de fotografias, chamada "Na Casa do Henrique", com imagens que retratam, com alterações de luz e cores, uma mata tropical em clima misterioso. Outros dois vídeos que fazem parte da mostra, como a instalação "Clássico (Corinthians x Palmeiras)", composta por três dípticos (duas telas colocadas uma ao lado da outra), e "Tristes Trópicos", já foram mostradas em individual da artista no Instituto Tomie Ohtake (SP), em 2004.

Em "Clássico (Corinthians x Palmeiras)", Dora filmou por 1h30 o percurso do "marco zero" de São Paulo, na Praça da Sé, até o bairro de São Miguel Paulista (na periferia, fim da zona leste). O vídeo foi acelerado 10 vezes e tem trilha sonora da banda de hardcore Sickterror. Para contrastar, "Tristes Trópicos" filma coqueiro em praia paulista e o vídeo é desacelerado 10 vezes. Para Dora, é uma forma de explorar os tais contrastes que fazem parte do cotidiano de uma metrópole.

Também é destaque a instalação "Canções de Amor no Templo do Rock", que tem bateria, baixo e guitarra no centro de uma sala, com 52 pinturas feitas em tinta acrílica sobre papelão na parede, retratando cenas e bastidores do rock. Nelas são retratadas desde pessoas que tocam com ela (nas bandas Verafisher e Maradonna) até ídolos, como Lou Reed na época do Velvet Underground, Iggy Pop, Sonic Youth e Nirvana, passando por shows fotografados por ela (e retrabalhados posteriormente), de grupos como Objeto Amarelo, Lava e Thee Butcher's Orchstra.

"Gosto de coisas que fazem barulho de uma forma simples e acessível, de mexer com as pessoas, fazê-las se moverem, se emocionarem e gritarem", resume Dora. Ainda este ano, ela apresenta nova mostra individual, desta vez na Galeria Luisa Strina, em novembro.

DORA LONGO BAHIA:
ESCALPO CARIOCA E OUTRAS CANÇÕES

» Onde: Centro Cultural Banco do Brasil - Rio de Janeiro
(Rua Primeiro de Março, 66 - Centro)
» Quando: De 14 de fevereiro a 23 de abril
(de terça a domingo, das 10h às 21h)
» Quanto: Grátis
» Informações: (21) 3808-2020

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