Tatuador mexicano une beleza e brutalidade em exposição de arte
O tatuador e artista mexicano Dr. Lakra une o belo e o brutal em uma exposição de seu trabalho na Cidade do México, que traz imagens de pin-ups dos anos 50, lutadores, modelos e até bonecas com o corpo coberto de desenhos, por vezes perturbadores.
Nascido Jerónimo López Ramírez, em Oaxaca, no sul do país, Dr. Lakra já exibiu suas "intervenções" em diversas galerias internacionais.
Na exposição no Museo de la Ciudad de México, ele apresenta mais de 70 obras nas quais estão presentes as idealizações de beleza de sua própria cultura, mas também influências que ele recebeu durante suas viagens pelo mundo.
"Gosto de justapor coisas muito finas e delicadas com coisas consideradas brutais e selvagens", diz Dr. Lakra.
"Me aproprio de imagens que podem mostrar a mulher como estereótipo e a transformo em outra coisa, em uma criminosa ou uma integrante de gangue. Quando se coloca os dois juntos se cria outra coisa."
Dr. Lakra diz ainda que pintar mulheres perto de símbolos macabros é uma forma de contrastar a vida, a morte e sua união e que "os diabos são apenas uma forma 'aventureira' de representar a religião".
Apesar de ser considerado um artista da tatuagem e de fazer referência a elas em seus trabalhos, Dr. Lakra diz que os desenhos feitos na pele humana não são uma expressão artística, mas simplesmente uma técnica.
Segundo ele, seu processo criativo se inicia em feiras e mercados com a busca das peças - entre elas, livros, cartazes, fotos e cartões postais - que receberão a "intervenção" e, a partir daí, "os traços e desenhos nascem espontaneamente".
Pedro Alonzo, curador da exposição na Cidade do México que vai até março deste ano, explica que o uso de elementos de antropologia e as referências à história da arte fazem com que o resultado do trabalho de Dr. Lakra seja uma união do cômico e do macabro.
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