Artista brasileiro radicado nos EUA faz esculturas em pontas de lápis

O artista brasileiro Dalton Ghetti, baseado em Connecticut, nos Estados Unidos, esculpe pontas de lápis desde que era criança, na escola.

Apontando seus lápis com uma lâmina de barbear, ele descobriu a textura macia do grafite e começou a experimentar, primeiro esculpindo nomes na madeira dos lápis.

O escultor chegou a experimentar outros materiais como giz, sabão e casca de árvore, mas optou pelo grafite de lápis número 2 e de lápis de carpinteiro.

Suas obras hoje estão na exposição "Meticulous Masterpieces: Contemporary Art by Dalton Ghetti, Les Lourigan e Jennifer Maestre", no New Britain Museum of American Art, em New Britain, Connecticut.

Sem tecnologia
Carpinteiro por profissão, Ghetti pode levar meses e até anos para completar suas mini-esculturas.
Ele não usa lente de aumento ou nenhuma tecnologia, apenas lâminas de barbear e agulhas de costura. Ele procura sentar sob luz bem forte, de preferência do sol, e só trabalha nas esculturas durante uma hora e meia por dia, para poupar a vista.

Sua escultura mais famosa, "Alphabet", de 2005, em que esculpiu todas as letras do alfabeto em pontas de 26 lápis, foi completada em dois anos e meio.

Em outras ocasiões, ele esculpiu ferramentas de seu dia-a-dia, como serras e um martelo. Na série "Correntes", ele esculpiu o grafite do meio do lápis, unindo as duas pontas.

"Eu me interesso pelas coisas pequenas da vida - insetos, mariposas, aranhas. Passo um longo tempo observando-os. Tem todo um mundo microscópico por aí que as pessoas sequer notam", diz ele.

No passado, o público recebeu lentes de aumento ao visitar suas exposições, para poder ver os detalhes das esculturas.
"As pessoas veem minhas esculturas e olham de novo, de mais perto, e dizem: 'ah, tem algo aí'. Vivemos em uma sociedade de alta velocidade e não temos tempo para parar e refletir - é tudo vai, vai, vai. Eu espero que essas obras façam as pessoas parar e se dar conta de que há beleza em coisas pequenas."

Atualmente, Ghetti trabalha em um projeto em homenagem às vítimas dos atentados de 11 de setembro, em Nova York, em que vai esculpir uma lágrima em um lápis para cada morto na tragédia.

Ao todo, serão 3.000 mini-lágrimas que, juntas, formarão uma lágrima enorme. Ele estima que vai levar cerca de dez anos para completar o projeto.

 

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