Após polêmica, mostra com Jesus gay é cancelada na Espanha
A exposição de uma polêmica releitura da vida de Jesus Cristo, que inclui cenas de homossexualismo, prostituição e forte conteúdo sexual, teve de sair de cartaz na Espanha após levantar a ira de grupos católicos.
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Exposição teve de sair de cartaz na Espanha após levantar a ira de grupos católicos; nesta cena, a pregação de Jesus Cristo para os apóstolos é simbolizada por um show de rock
A série "Circus Christi" foi descrita pelo seu autor, o fotógrafo Fernando Bayona, como "uma visão atualizada da vida de Jesus pelo filtro da sociedade atual, nas quais os personagens vivem vidas paralelas às narradas nos textos bíblicos".
Em uma das 13 fotografias, o dolorido nascimento de Jesus se dá em um precário ambiente caseiro. A sua pregação é simbolizada por um show de rock.
E talvez o mais polêmico retrato seja o "Beijo de Judas", no qual dois modelos masculinos, um com a camisa aberta no peito, trocam carícias. A foto empresta uma estética amplamente utilizada na publicidade.
Grupos católicos espanhóis qualificaram a mostra de "blasfêmia" e disseram que o "escárnio" do artista "fere o sentimento dos cristãos".
Segurança
Segundo a imprensa espanhola, apenas 38 pessoas tiveram a chance de ver a exposição, que ficaria em cartaz até o dia 5 de março na Universidade de Granada, ao sul da Espanha.
Por causa dos protestos de grupos católicos e a polêmica criada na imprensa e na sociedade local, a universidade decidiu suspender a exibição alegando que não poderia garantir a segurança no local.
Ouvido pelo jornal "El Mundo", o artista, que declinou pedidos de entrevista da BBC Brasil, disse que ficou "surpreendido" com a reação gerada pela exposição e garantiu que a polêmica não lhe beneficia.
"Há muita gente que está falando de ouvir dizer, porque nem sequer houve tempo suficiente de todas as pessoas que estão opinando terem visitado a exposição", afirmou, ao jornal.
Bayona disse que a decisão de encerrar a mostra foi de mútuo acordo entre ele e a universidade, "para não colocar ninguém em perigo".
Em um comunicado, a Universidade de Granada lamentou que "um elevado número de pessoas" tenha se sentido ofendido e garantiu que o trabalho não foi patrocinado "através de bolsa de estudo ou qualquer outra forma".