Topo

Sean Penn fará documentário sobre jornalista saudita assassinado na Turquia

O ator, cineasta e ativista Sean Penn - Stephane Mahe/Reuters
O ator, cineasta e ativista Sean Penn Imagem: Stephane Mahe/Reuters

De Istambul (Arábia Saudita)

05/12/2018 20h47

O ator Sean Penn viajou para Istambul, onde pretende trabalhar em um documentário sobre o jornalista saudita Jamal Khashoggi, assassinado há dois meses no consulado de seu país na cidade turca. O repórter, crítico do governo do reino e colaborador do jornal Washington Post, foi morto em 2 de outubro.

Segundo a agência de notícias estatal turca Anadolu, o ator americano e sua equipe registraram imagens diante da porta do consulado da Arábia Saudita. Em um vídeo postado pela mídia turca, é possível ver Penn conversando com um cinegrafista.

O assassinato de Khashoggi causou uma onda de indignação mundial e manchou a imagem da Arábia Saudita. O príncipe herdeiro Mohamed ben Salman, conhecido como MBS, nega qualquer envolvimento no crime.

O jornalista saudita Jamal Khashoggi - Getty Images - Getty Images
O jornalista saudita Jamal Khashoggi
Imagem: Getty Images

Sean Penn, de 58 anos, é um ator comprometido com a militância política e social, tanto nos Estados Unidos como em outros países. Ele foi extremamente criticado após uma entrevista com o narcotraficante mexicano Joaquin "El Chapo" Guzman.

Procurador-geral turco pede detenção de dois suspeitos sauditas

O procurador-geral turco pediu nesta quarta-feira (5) a detenção de duas pessoas próximas a Mohamed ben Salman, suspeitas de participação no assassinato de Jamal Khashoggi. O gabinete do procurador-geral de Istambul solicitou mandatos de detenção contra Ahmed al Assiri e Saud al Qahtani, de acordo com um documento transmitido pela Procuradoria ao tribunal.

Os dois suspeitos mencionados pelo procurador são antigos colaboradores de Mohamed ben Salman. Eles foram destituídos em outubro, depois que Riad reconheceu a morte de Khashoggi no consulado da Arábia em Itambul.

O presidente turco Recep Tayyip Erdogan solicitou diversas vezes, em vão, a extradição dos suspeitos detidos pela Arábia Saudita, que insiste que o julgamento deve acontecer em seu território. No mês passado, o procurador-geral saudita anunciou acusações contra 11 pessoas e pediu a pena de morte para cinco réus.

O assassinato de Khashoggi abalou a imagem da Arábia Saudita e sobretudo a do príncipe herdeiro. O presidente americano Donald Trump apoia MBS, mas vários senadores republicanos -que foram informados a portas fechadas sobre as conclusões da CIA- afirmam não ter "nenhuma dúvida" de que o príncipe herdeiro saudita "ordenou" o assassinato de Jamal Khashoggi.