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Festival de Berlim dá ênfase a pautas políticas em edição de 2019

Cena do filme "The Kindness of Strangers", da diretora dinamarquesa Lone Scherfig - Per Arnesen/HanWay Films
Cena do filme "The Kindness of Strangers", da diretora dinamarquesa Lone Scherfig Imagem: Per Arnesen/HanWay Films

De Berlim (ALemanha)

06/02/2019 17h27

Uma mãe fugindo de seu marido violento, um assassino em série que visa mulheres e um surto de fome na Ucrânia dos anos 1930 são alguns dos temas sociais e políticos de peso explorados nos filmes a serem exibidos no Festival Internacional de Cinema de Berlim deste ano.

Com poucos astros, mas com vigorosa paridade de gêneros e no engajamento político, a Berlinale de 2019 começa na noite de quinta (7) com a estreia de "The Kindness of Strangers", da diretora dinamarquesa Lone Scherfig.

O filme passado em Nova York trata de Clara, interpretada por Zoe Kazan, que foge de seu marido policial violento e aborda questões de poder e abuso que permeiam grande parte do festival.

Entre os destaques estão "Marighella", filme dirigido por Wagner Moura que relata a morte do escritor Carlos Marighella nas mãos da ditadura militar brasileira, e "Mr. Jones", da diretora polonesa Agnieszka Holland, que conta a história de um jornalista galês cujas reportagens dos anos 1930 da União Soviética expuseram o horror da fome na Ucrânia.

Outro filme muito cotado é "The Golden Glove", do diretor alemão Fatih Akin, história real apavorante de um serial killer que atacava mulheres no bairro do porto de Hamburgo nos anos 1970.

Embora haja estrelas no festival --incluindo Juliette Binoche, presidente do júri--, a atmosfera mais contida é típica de Dieter Kosslick, diretor que se despede da Berlinale, disse Scott Roxborough, chefe da redação europeia da publicação Hollywood Reporter.