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Live de grupo de pagode é interrompida por tiroteio em Angra dos Reis

Colaboração para o UOL, em São Paulo

26/07/2020 18h12Atualizada em 26/07/2020 23h02

O grupo de pagode "Aglomerou" teve a sua live interrompida repentinamente por um tiroteio. A cena acabou repercutindo nas redes sociais, onde viralizou rapidamente no Twitter.

Tudo aconteceu em Angra dos Reis, litoral do Rio de Janeiro, onde a banda montou sua estrutura para a realização da transmissão ao vivo, exibida através de seu canal oficial no YouTube.

A live corria tranquilamente quando, de repente, o vocalista João Victor percebeu uma movimentação estranha e interrompeu a execução de uma música. Então, foi possível ver a "invasão" de agentes da Polícia Civil, que passaram em frente à banda com armas na mão. Na sequência, ouve-se o som de helicópteros e de tiros.

Nesse momento, os integrantes do "Aglomerou" se agacharam e saíram de frente das câmeras. Poucos minutos depois, a transmissão foi cancelada oficialmente.

Horas depois, a banda usou sua conta no Instagram para explicar que estava tudo bem com eles. "Galera, estamos bem. Está acontecendo uma operação policial em uma casa bem próxima aqui do espaço. Então, ocorreu esse fato, mas está todo mundo bem", tranquilizou o vocalista.

"Não tem nenhum vínculo com o espaço. Não tem problema nenhum com quem tava aqui dentro da live. Está tudo certo. A gente vai remarcar a live porque a gente está meio sem clima para fazer", finalizou.

Apesar do vídeo original ter sido excluído do canal oficial da banda no YouTube, o trecho do tiroteio viralizou rapidamente no Twitter. "Isso representa mais o Brasil do que futebol ou samba", disse um internauta, irônico. "Eu estava assistindo ao vivo quando tomei o susto, pensei que ia dar m****", frisou uma outra. "Adorei a calma do último integrante no final do vídeo vindo como se nada tivesse acontecendo", brincou mais uma.

Tá tudo bem!

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"Policiais acabaram entrando por engano"

Na noite de hoje, os integrantes da banda "Aglomerou" deram uma entrevista para a CNN para explicar o que aconteceu durante a invasão da policía na live que promoviam.

"Estávamos fazendo uma live beneficente, fomos surpreendidos com essa operação policial que tinha como alvo uma casa bem próxima ao local. Por a gente estar tocando, eles acharam que era uma festa, que também estava acontecendo na casa em que iam.Os policiais acabaram entrando por engano, se equivocaram com o local e, quando perceberam, foram para a casa certa", afirmou João Victor, vocalista do grupo.

O espaço onde o show foi armado não pertence à banda. O dono do recinto, identificado como Ricardo, comentou como a ação policial aconteceu.

"A polícia teve uma denúncia e veio averiguar. Os policiais foram prestativos, não teve violência. Acho que já tinham atiradores de elite em casas próximas, viram que não tinha nada, ninguém armado. Eles pediram para alguns levantarem a camisa, mas era duas casas depois. Os tiros foram disparados do helicóptero para dentro d'água, não teve nenhum tipo de risco para a gente, acabou tudo bem", afirma.

A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) emitiu uma nota à imprensa para explicar a ação. Leia a íntegra abaixo:

"Policiais da DHBF, com apoio da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE), realizaram uma ação no município de Angra dos Reis, na tarde deste domingo (26), referente a uma investigação da especializada. Os policiais checavam informação de uma casa onde estaria sendo realizada uma festa desde ontem com criminosos foragidos da Justiça.

Com a aproximação dos agentes, alguns criminosos correram em direção a um mangue e efetuaram disparos em direção aos policiais, que ainda tentaram localizá-los, sem sucesso.

Todas as pessoas que estavam na festa foram autuadas por descumprimento de medida sanitária preventiva, com base no artigo 268 do CP. No local os agentes encontraram frascos de lança perfume e indícios de consumo de drogas. Algumas pessoas que estavam na festa também possuíam anotações criminais por diversos crimes como tráfico de drogas, roubo e associação criminosa, mas sem mandados pendentes.

Na casa ao lado, onde estava sendo realizada a diligência, ocorria uma live de um grupo musical, que foi interrompida para evitar que alguém pudesse ser ferido durante a ação".