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Ligue Djá: Walter Mercado viveu tragédia não abordada em filme da Netflix

Walter Mercado é tema de documentário da Netlfix - Divulgação
Walter Mercado é tema de documentário da Netlfix Imagem: Divulgação

Felipe Pinheiro

Do UOL, em São Paulo

15/07/2020 12h00

Ícone pop da América Latina, Walter Mercado ganhou um documentário ("Ligue Djá: O Lendário Walter Mercado") e foi com "mucho, mucho amor" que a equipe do filme da Netflix contou mais algumas curiosidades sobre o maior astrólogo do mundo.

Uma delas, não retratada no doc, é sobre uma lembrança dolorosa para Mercado e que motivou uma mudança em sua vida.

Uma tragédia, como definiu o produtor Alex Fumero, que integra a equipe do doc

O astrólogo de Porto Rico era uma figura fascinante — e não somente pelo figurino exuberante —, capaz de mobilizar milhões de pessoas pelo mundo.

O dono do bordão "ligue já", como ele ficou conhecido no Brasil, era extremamente ligado à espiritualidade, algo cultivado desde a infância como mostra o filme.

Entretanto, um momento importante que não entrou no doc foi sobre a jornada espiritual de Walter Mercado pela Índia e o que motivou esta temporada do vidente no oriente. Fumero relatou este capítulo da vida de Mercado em coletiva de imprensa promovida pela Netflix.

Ele sempre foi uma pessoa profundamente espiritual e imagino que a combinação dessa curiosidade intelectual e essa espiritualidade o levaram para coisas diferentes. E ele teve uma tragédia em sua vida, que não conseguimos abordar no filme, em que um amigo muito próximo a ele morreu de repente. Ele foi até a Índia, como em uma espécie de retiro espiritual. E na Índia ele conheceu o Osho, o líder do Wild, Wild Country. Ele ficou lá um tempo estudando religiões do oriente

Guerra com empresário

Ele era tão cheio de amor e se preocupava com os outros. Eu o definiria com a palavra amor - Cristina Constantini, diretora de "Ligue Djá: O Lendário Walter Mercado"

A briga com o empresário Bill Bakula foi um dos períodos mais difíceis para Walter Mercado. O agente, que participa do filme, teria passado a perna no astrólogo, que sem perceber assinou um contrato cedendo os direitos pelo seu nome e imagem.

O caso foi parar na Justiça e os dois travaram uma guerra por seis anos. Ao fim, Walter recuperou todos os seus direitos.

Os diretores do documentário da Netflix afirmam que, ao fim de sua vida, Walter não guardava qualquer mágoa por aquele a quem confiava como se fosse da família.

"É confuso para muita gente que assiste ao documentário o que houve entre eles, mas ao final Walter o amava muito. Bill produziu essa super estrela que Walter se tornou e ele o amou ate o final. Bill também tem muito respeito e amor por ele", diz a diretora Cristina.

"Meu português é horrível"

A reportagem do UOL participou da coletiva e perguntou à equipe do doc sobre a relação de Walter Mercado com o Brasil. Os diretores ressaltaram que o astrólogo amava o país e sempre falava sobre isso.

O diretor Kareem Tabsch até relatou que ele chegou a gravar um comercial de TV no Brasil antes de rodar o filme da Netflix, mas que ele se queixava por não falar português muito bem.

Ele sempre soube que seu português era horrível. Ele se sentiu tão mal quando fez o comercial pelo português ruim que tiveram que colocar legenda. 'Meu português é horrível' [ele dizia]. Era um grande país, um grande mercado para ele. Todo mundo no Brasil conhece o 'ligue já' e isso é demais.