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Preta Ferreira diz que perdeu papel em série da Netflix por prisão

Preta Ferreira  - Reprodução/Instagram
Preta Ferreira Imagem: Reprodução/Instagram

Caio Coletti

Do UOL, em São Paulo

14/07/2020 13h53

A artista e ativista Preta Ferreira denunciou no Twitter um dos efeitos de sua prisão, entre junho e outubro de 2019: a perda de vários trabalhos para os quais estava escalada, incluindo uma série da Netflix que está prestes a estrear.

Sem citar o nome da produção, Preta questionou como pode recuperar essas oportunidades agora que saiu da cadeia: "Enquanto estive trancada perdi vários trampos bons, contratos foram cancelados. Quem vai me devolver o tempo e os trampos perdidos? Onde mando a conta?".

Em nota ao UOL, a assessoria de Preta indicou que ela passou por teste de elenco e foi aprovada para um papel em série não especificada da plataforma de streaming, mas que sua prisão aconteceu antes de "concluir questões contratuais e organizar conciliação entre seus outros trabalhos com as datas da série".

"Eu queria muito falar com a Netflix", disse a atriz. "Imagino que o meu caso nem chegou neles. Eles falarem comigo seria uma daquelas atitudes antirracistas que as pessoas tanto falam que são necessárias nos dias atuais".

"Comprovar que trabalho e sempre trabalhei honestamente com arte, que fui aprovada em um teste de uma produção [para o] streaming, é uma das maiores provas que tenho contra os que me acusam", completou.

O caso

Preta Ferreira e o irmão, Sidney Ferreira, foram dois dos ativistas presos em junho do ano passado. Outros 17 mandados de prisão foram foram expedidos ao mesmo tempo, mas apenas quatro foram cumpridos no total.

Na denúncia, assinada pelo promotor Cassio Roberto Conserino, o grupo é acusado de associação criminosa e extorsão. O inquérito é um desdobramento da investigação do desabamento do edifício Wilton Paes de Almeida, no Largo do Paissandu, em maio de 2018.

Segundo a defesa dos acusados, no entanto, nenhum dos ativistas presos no ano passado tinham relação com a ocupação do Wilton Paes antes de seu desabamento, apenas oferecendo assistência às famílias desabrigadas após o ocorrido.

Os ativistas saíram da prisão em outubro, passando a responder ao processo em liberdade.