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Winona Ryder relata ofensas homofóbicas e antissemitas de Mel Gibson

Mel Gibson em cena de "O Professor e o Louco" - Reprodução
Mel Gibson em cena de "O Professor e o Louco" Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

23/06/2020 12h24Atualizada em 23/06/2020 15h58

Winona Rider acusou o ator Mel Gibson de fazer comentários antissemitas e homofóbicos, em uma entrevista para o The Sunday Times. A estrela de "Stranger Things" foi questionada sobre suas experiências com preconceito e citou o protagonista de "Coração Valente". Um representante do ator negou os relatos.

Entre as histórias que contou, afirmou que Mel Gibson já fez comentários preconceituosos entre amigos. Em uma festa, ela diz que Gibson estava "fumando um cigarro, e estávamos conversando com um amigo, que é gay, quando ele disse: 'Espere, eu vou pegar Aids?'. E então alguém falou algo sobre os judeus e ele disse para mim: 'Você não é uma 'oven dodger', é?'".

O termo oven dodger é usado para falar pejorativamente sobre judeus em inglês. Em tradução literal, oven quer dizer forno - uma referência aos campos de concentração do Holocausto -, e dodger, algo como espertalhão ou trapaceiro.

Segundo Winona, Mel Gibson ensaiou um pedido de desculpas depois do ocorrido.

Depois do relato da atriz, o The Hollywood Reporter falou com Alan Nierob, que disse que a história "é 100% mentirosa".

"Ela mentiu sobre isso há uma década, quando falou com a imprensa, e está mentindo agora. E também, ela mentiu sobre ele tentar se desculpar na época. Ele falou, sim, com ela, muitos anos depois, para confrontar as mentiras e ela se recusou a falar com ele", afirmou Nierob.

Não é a primeira vez que Gibson é acusado de antissemitismo. Em 2006, ele foi preso por dirigir alcoolizado e afirmou, de acordo com um relatório policial, que "os judeus são responsáveis por todas as guerras do mundo". Em 2016, à Variety, ele se desculpou e falou que a afirmação foi feita de cabeça quente.

"Foi um incidente infortuno. Eu estava bravo e estava preso. Eu fui gravado ilegalmente por um policial inescrupuloso que nunca foi processado por este crime", alegou, na ocasião.

Para Winona, o tema é sensível. "Não sou religiosa, mas é difícil para mim falar disso, eu tive familiares que morreram em campos, então é um assunto que me fascina também."

Ela ainda revelou outros preconceitos sobre ser judia. "Há gente que me fala: 'Espere, você é judia? Mas você é tão linda!'. Houve um filme em que o chefe do estúdio, que era judeu, falou que eu era 'muito judia' para fazer um papel em uma 'família de sangue azul'."