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Última temporada de 'Dark' é linda, trágica e muito boa

Beatriz Amendola

Do UOL, em São Paulo

12/06/2020 04h00

Em duas temporadas, "Dark" criou uma teia complexa com mistérios, viagens no tempo e personagens afogados em dores e mágoas, passadas e presentes. Dar um fim a tudo isso, mantendo-se fiel ao que veio antes, não seria fácil. Mas não se preocupe: os criadores Baran bo Odar e Jantje Friese conseguiram amarrar tudo direitinho no final.

Nós já assistimos aos oito últimos episódios da série alemã, que retorna para a Netflix no dia 27, e podemos confirmar: a terceira temporada é ótima, e dá um fim incrível para a saga dos moradores de Winden.

O que esperar?

Obviamente, não vamos dar spoilers aqui (e a lista de coisas que a Netflix não nos deixa falar entra inclusive em elementos que poderiam fazer parte sinopse, então pode seguir sem medo).

A nova temporada começa exatamente onde terminou a segunda, com Jonas (Louis Hoffman) sendo surpreendido pela chegada de uma Martha (Lisa Vicari) de outro mundo, logo depois daquela que ele conhece ter sido morta por Adam, em meio ao apocalipse.

Jonas na terceira temporada de 'Dark', da Netflix - Reprodução/Instagram - Reprodução/Instagram
Imagem: Reprodução/Instagram

O novo mundo não é assim tão diferente daquele que já conhecemos, mas revela peças importantes que estavam ocultas no quebra-cabeça que é "Dark". E é um caminho lógico: como o tempo não era suficiente para explicar os estranhos acontecimentos, nada mais justo do que o espaço, o "onde", ser igualmente importante.

Cena da terceira temporada de 'Dark' - bicicleta - Divulgação/Netflix - Divulgação/Netflix
Imagem: Divulgação/Netflix

No fim, o quadro completo tem muitas outras nuances do que o simples "dois grupos brigando pelo controle das viagens no tempo" a que fomos introduzidos nas temporadas passadas. E, sim, isso é bom!

Ciclos

Os episódios, envolventes e viciantes, vão aos poucos desfazendo os nós que a série deu nas nossas cabeças, dando respostas que abrem caminhos para outras perguntas até que o círculo, enfim, possa se fechar.

Martha e Magnus em cena da terceira temporada de 'Dark' - Divulgação/Netflix - Divulgação/Netflix
Imagem: Divulgação/Netflix

Ciclos, aliás, continuam sendo parte importante de "Dark", o que se reflete mais do que nunca em sua estrutura. No meio da nova temporada, a sensação de que os personagens estão condenados a andar em círculos bate forte, e você consegue sentir o desespero deles. É um feito e tanto.

Martha na terceira temporada de 'Dark', da Netflix - Reprodução/Instagram - Reprodução/Instagram
Imagem: Reprodução/Instagram

Personagens

Jonas e Martha são os grandes protagonistas da história e a dominam em sua reta final. Odar e Friese, no entanto, também tratam com cuidado outros personagens como Katharina e Elisabeth, que protagonizam alguns dos momentos mais dramáticos da temporada.

O final é bom mesmo?

Sim, pode ficar tranquilo!

O fim torna dolorosamente claro o quadro trágico que une as famílias Nielsen, Kanwhald, Doppler e Tiedemann. Todas as peças se encaixam, e as respostas vêm naturalmente. Há alguns diálogos mais expositivos do que seria necessário, mas eles não atrapalham a experiência.

O último episódio tem momentos realmente lindos, e fecha de forma excepcional o ciclo de "Dark". É uma ótima despedida para uma das melhores séries originais da Netflix.