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Ava DuVernay e Oyelowo declaram que 'Selma' foi boicotado no Oscar de 2015

Cena do filme "Selma: Uma Luta Pela Igualdade" (2014), de Ava DuVernay - Reprodução
Cena do filme "Selma: Uma Luta Pela Igualdade" (2014), de Ava DuVernay Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

05/06/2020 21h04

Após declarações do ator David Oyelowo, a diretora Ava DuVernay confirmou que o filme "Selma: Uma Luta Pela Igualdade" foi boicotado no Oscar de 2015. Segundo eles, o motivo foi o protesto contra a violência policial, realizado pelo elenco e equipe durante o lançamento do longa.

Pouco antes da data de estreia do filme, ocorreu o caso de Eric Garner - homem negro vítima de violência policial em Nova York. Na première do longa, a equipe vestiu camisetas com a frase "I Can't Breathe" (Não consigo respirar), que foram as últimas palavras de Garner antes morrer.

Em entrevista ao Screen Daily, publicada ontem, o ator que interpreta Martin Luther King Jr. na produção, disse que a manifestação
"Membros da Academia ligaram para os nossos produtores no estúdio e disseram: 'Como eles ousam fazer isso? Por que eles estão mexendo nessa m***?' e 'Não vamos votar nesse filme porque não achamos que é o lugar deles fazer isso'".

"É parte do motivo pelo qual o filme não conseguiu tudo o que as pessoas pensam que deveria ter e deu origem a #OscarsSoWhite. Eles usaram o privilégio de negar um filme com base no que valorizavam no mundo".

Hoje, Ava DuVernay usou seu perfil no Twitter para confirmar o relato. Ao compartilhar a matéria, ela disse: "História verdadeira".

Em resposta, na mesma rede social, a Academia respondeu: "Ava e David, ouvimos você. Inaceitável. Estamos comprometidos com o progresso".

As declarações acontecem em meio a onda de protestos nos Estados Unidos, após a morte de George Floyd, que morreu asfixiado por um policial na semana passada.

A Paramount Pictures disponibilizou gratuitamente, a partir de hoje, "Selma" em todas as plataformas digitais dos Estados Unidos até o fim do mês de junho. Nesta semana, o filme "Luta por Justiça" (2019), que aborda o preconceito racial do sistema de justiça norte-americano, também terá acesso gratuito neste mês no país.