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Lives precisam respeitar leis do país e políticas, diz diretora do YouTube

Do UOL, em São Paulo

08/05/2020 14h16

As lives no YouTube têm feito sucesso nos tempos da pandemia do novo coronavírus, mas trouxeram à tona questões envolvendo as políticas da ferramenta para diversos pontos —como conteúdos sexuais, prejudiciais, perigosos, explícitos e violentos, ou que envolvam incitação de ódio, assédio, bullying, direitos autorais ou ameaças.

Para Sandra Jimenez, diretora de parcerias do YouTube para a América Latina, as regras são necessárias. Não apenas para que canais e espectadores tenham um tratamento igualitário no site, como também para que os artistas se adequem à possibilidade do streaming feita por ali.

"As regras não mudam desde 2018. O que as pessoas mencionam como regra são as políticas de uma plataforma como o YouTube, que tem 2 bilhões de usuários globais por mês e 100 milhões só no Brasil. Precisamos ser justos, tratando os usuários da mesma forma, mas existem políticas que as pessoas devem seguir. Se você buscar no Google, elas estarão lá", disse Sandra no UOL Debate de hoje.

Sandra foi um dos convidados do UOL Debate desta sexta-feira, que avaliou o "boom" das lives musicais no Brasil. Ao lado dele, falaram Luciano Camargo, da dupla com Zezé Di Camargo, o cantor Xand Avião e o empresário Pedro Tourinho. O bate-papo teve mediação da jornalista Liv Brandão, editora de Entretenimento do UOL.

"Não existem políticas especificamente para música. Tópicos específicos do assunto passam pelo direito autoral e
suas regras. Já o tópico de product placement explica como se faz um merchandising dentro de uma live. O que aconteceu é um ajuste de cada uma das pessoas dos setores que estão fazendo as lives a buscar essas informações. Por isso, fizemos treinamentos durante quatro semanas porque sentimos que o mercado musical precisava olhar para esse novo momento".

A questão ganhou força após a live realizada por Gusttavo Lima em 11 de abril. Na ocasião, o cantor foi alvo de processo aberto pelo Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) por consumir bebida alcoólica durante a apresentação, considerada uma ação publicitária. A legislação brasileira veta o consumo de álcool na publicidade.

"Não é a plataforma que está determinando. Acima de tudo, temos que respeitar as leis do país", reforçou Sandra Jimenez.

"As pessoas se acostumaram a olhar as plataformas como se fosse o ar. É tão integrado que esquecem que é uma plataforma de negócio. Gera emprego, gera renda. É uma rede financeira que tem que ter regras. É uma plataforma comercial que tem que remunerar todo mundo de sua cadeia", defendeu Pedro Tourinho.

Xand Avião, que também já levou sua live ao YouTube, se posicionou como artista a respeito do assunto. E lembrou que deixou para beber apenas após o fim do show online.

"Tive uma reunião para entender o que era o comercial de bebidas. Todo artista que faz isso (live) precisava passar por isso. Comercial de cerveja não tem ninguém tomando cerveja, eu nunca tinha reparado nisso. Pode aparecer a cerveja, mas ninguém bebe. Eu posso vender o produto, mas tenho que respeitar as leis do país", declarou.