Coronavírus: Analistas estimam perdas bilionárias para a Disney
Em meio à tempestade provocada no mundo do entretenimento pela pandemia de coronavírus, com filmes, shows e festivais adiados, uma empresa tem sofrido um baque ainda maior: a Disney. Afetada em diferentes frentes em meio à crise causada pela doença, a empresa está enfrentando (e deve continuar a enfrentar) perdas na casa dos bilhões, conforme estimam analistas do mercado financeiro.
O problema maior é que a companhia sofre os impactos do covid-19 em três áreas: nos cinemas, com o adiamento de lançamentos como o live-action de "Mulan", uma de suas grandes apostas para 2020, e a paralisação de filmagens em andamento; na TV, já que a Disney é dona da ESPN, responsável por transmitir campeonatos que tiveram suas temporadas suspensas, como a NBA; e nos seus parques temáticos, que ficarão fechados por tempo indeterminado. Com os baques, as ações da Disney chegaram a menos de US$ 100 na semana passada.
Para Laura Martin, analista do banco de investimentos Needham que teve um relatório citado pela revista "The Hollywood Reporter", a situação da companhia não deve se resolver facilmente. "Não acreditamos que a demanda reprimida será compensada em outras datas, porque os parques da Disney operam normalmente quase em sua capacidade total, as temporadas de esportes acabam, e os filmes adiados enfrentam mais competição e requerem mais gastos com marketing".
Martin diminuiu em 7% as estimativas de receita da Disney para o segundo trimestre de 2020, afirmando que ela deverá ficar na casa dos US$ 19,7 bilhões. "Nossas projeções pressupõem que as operações normais para parques, ESPN e filmes sejam retomadas ao fim de junho, sendo a contenção do covid-19 bem-sucedida".
Bernie McTerbab, analista da Rosenblatt Securities, notou em relatório que a Disney "perdeu cerca de US$ 85 bilhões em valor de mercado" e sugeriu que a Apple poderia considerar aproveitar o momento para comprar a casa do Mickey. "Acreditamos que mega-empresas cujas ações performaram melhor que as da Disney nas últimas semanas, como a Apple, poderiam se aproveitar dessa volatilidade. O lado bom de adquirir a Disney seria garantir a estratégia de conteúdo e streaming deles e a potencial sinergia de acrescentar o ecossistema Disney à plataforma iOS".
Já Naveen Sarma, analista da agência de classificação de risco S&P Global Ratings, notou que ainda há muitas incertezas quanto ao impacto econômico da pandemia no longo prazo e que, por isso, a agência optou por definir o prognóstico da Disney como "negativo" em vez de "estável".
Vale notar que, no ano passado, a Disney já havia previsto uma diminuição em seus lucros por conta de seus esforços para lançar o Disney+, sua plataforma de streaming. Ela foi lançada em novembro nos Estados Unidos e deve chegar ao Brasil em outubro, mas só deve dar lucros para a companhia em 2024.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.