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Após vencer câncer e processo contra Kylie Jenner, Kylie Minogue volta a SP

Kylie Minogue em seu show no festival Glastonbury - Harry Durrant/Getty Images
Kylie Minogue em seu show no festival Glastonbury Imagem: Harry Durrant/Getty Images

Liv Brandão

Do UOL, em São Paulo

04/03/2020 04h00

Kylie Minogue, 51 anos e 40 de showbiz, vai muito bem, obrigada. A cantora, conhecida por seus hits de pista, como "Can't Get You Out of My Head", onipresente no início dos anos 2000, volta ao Brasil neste sábado (7). Sem se apresentar ao grande público do país desde 2008 (em 2015, ela fez um outro show aqui, mas num evento fechado), a cantora australiana será headliner do festival GRLS!, em São Paulo, e chega em grande fase. No ano passado, foi atração do Legends Slot, dedicado a grandes nomes da música, no Glastonbury. Foi a primeira vez em que ela se apresentou no festival, um dos maiores do mundo, depois de cancelar sua participação em 2005, por culpa de um câncer de mama. Bateu o recorde de show mais assistido da história do evento —3,2 milhões, superando Ed Sheeran e Adele.

Desde que se recuperou da grave doença, Kylie, musa do público LGBTQ+, continua lotando shows pelo mundo. Também no ano passado, comemorou as três décadas na música com uma coletânea ("Step Back In Time - The Definite Collection") com 42 sucessos (o que não é para qualquer um, convenhamos). Ela ainda falou, recentemente e pela primeira vez, sobre ter vencido um processo contra Kylie Jenner sobre o registro da marca "Kylie". Para seu primeiro show do ano, ela trará a mesma estrutura de palco e dançarinos que usou no Glastonbury (como nessa foto aí de cima). Em entrevista ao UOL, por e-mail, a cantora falou sobre o sucesso de mulheres mais velhas na música pop, relembrou a experiência do "Glasto" e contou que, assim como seu público, ainda gosta de uma boa festa.

UOL - Recentemente, Shakira (43) e Jennifer Lopez (50) fizeram um elogiado show no intervalo do Super Bowl. Por ser uma mulher de 51 anos na música pop, como você se sente ao ver outras mulheres maduras tendo um espaço tão bom no showbiz?

Naturalmente, acho maravilhoso! O poder da performance que ela fizeram se deve, em parte, à experiência que elas têm. Se elas tivessem se apresentado no Super Bowl 20 anos atrás, teria sido um show muito diferente.

Pessoalmente, acho que devemos celebrar todas as idades na música. Seria muito errado sentir que você não pode explorar, criar e compartilhar qualquer tipo de música depois de certa idade.

Como você se sentiu ao revisitar sua carreira para montar essa coletânea? O que você sente quando olha para seu passado musical?

Por onde eu começo? Já se passaram mais de 30 anos, então eu já vivi tanta coisa! A incerteza e a empolgação de uma garota gravando sua primeira demo sem um contrato com uma gravadora, minhas primeiras performances ao vivo, o alcance estratosférico de "Can't Get You Out Of My Head", as muitas horas em estúdios, turnês internacionais, o Glastonbury? Eu poderia continuar para sempre.

Suponho que a grande diferença para mim é que eu conheço todas as partes entre os momentos públicos. Houve altos incríveis e, claro, os baixos. No geral, eu gostei de olhar para minha carreira na hora de montar a coletânea, e isso só me deixou ainda mais empolgada para fazer novas músicas e ter novas experiências!

Seu último álbum de estúdio misturou vários estilos: country, new wave, disco, electro, baladas. Como num resumo de tudo o que você já fez. E o próximo? Quais são seus planos?

Vou voltar para as pistas de dança! Estou gravando desde o ano passado. A procura por uma sonoridade e pelas canções é sempre um desafio, mas também é muito divertido.

Você é mais conhecida pelas músicas festa, você é festeira?

Meus momentos de festa agora tendem a acontecer de forma inesperada. Antigamente eu só saía, saía, saía! Mas a música ainda consegue me tirar de casa e me manter fora dela por muito tempo depois do que eu deveria ter voltado.

Você teve um 2019 incrível: fez uma turnê mundial bem-sucedida, foi atração do Glastonbury e bateu recorde. Como você avalia tudo o que aconteceu com você no ano passado?

Digamos que eu fiquei muito grata por poder descansar depois de tudo isso! Os anos de 2018 e 2019 foram um sucesso.

Em uma entrevista recente, você disse que suas lembranças do Glastonbury eram borradas, e que você achou que seu show não tinha sido bom o bastante (mesmo que tenha sido a performance mais assistida da história do festival). Por que isso?

Tivemos uns probleminhas de som, o que é perfeitamente normal quando você chega e toca (sem passagem de som) e eu fiquei obcecada por eles por um tempo. Então eu comecei a olhar para o show, para a experiência completa, e desapeguei de questões menores que, ninguém além de mim e do meu time, saberia que aconteceram.

Depois de todo show. E eu digo: todo show mesmo, eu analiso o que funcionou, o que funcionou, o que aconteceu de inesperado e de incrível. "A nova parte que testamos adicionou ou foi ruim?". É sempre uma obra em progresso.

Que memórias você guarda desse dia?

Que estava sensivelmente lotado. Foi uma experiência muito emotiva, ainda mais depois de ter cancelado em 2005. Nunca vi tanta gente, nunca senti uma onda de amor e euforia como aquelas. Esse show realmente marcou e foi um dos momentos mais maravilhosos da minha vida. Ter uma história de mais de 30 anos com tanta gente é incrível. Eu não mudaria nada naquele dia, apenas gostaria de ter gravado o que eu vi para poder reviver aqueles momentos.

Você fez muita coisa nesses 40 anos de carreira. O que ainda falta fazer?

Muita coisa!

O que podemos esperar de seu show no Brasil? Faz bastante tempo que você não vem.

Faz muito tempo! Estou animada de ver vocês. Eu AMO como o público brasileiro é passional e eu mal posso esperar para ouvi-los e partilhar deste amor!

GRLS! FESTIVAL 2020

Com shows de Kylie Minogue, Little Mix, Gaby Amarantos, Tierra Whack, Linn da Quebrada, IZA, MC Tha e Mulamba
Quando: 7 e 8 de março
Onde: Memorial da América Latina (Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664 - Barra Funda, São Paulo)
Horários: Painéis com convidados (veja a lista) a partir das 10h30, shows a partir das 15h
Ingressos: pista R$ 440 (inteira), pista premium R$ 780 (inteira), com descontos para entrada social e estudantes de baixa renda
Onde comprar: www.ticketload.com e bilheteria do Unimed Hall