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Rapper saudita tem prisão decretada após príncipe considerar clipe ofensivo

Asayel Slay, rapper presa pelo regime saudita - Reprodução/YouTube
Asayel Slay, rapper presa pelo regime saudita Imagem: Reprodução/YouTube

De UOL, em São Paulo

28/02/2020 11h46

A rapper Asayel Slay teve sua prisão decretada na Arábia Saudita, no dia 20 de fevereiro, por conta de seu clipe 'Bint Makkah' (Garota de Meca, em português).

Segundo o perfil oficial do governo da região de Meca no Twitter, a ordem de prisão da rapper partiu do príncipe e governador da província, Khalid Al Faisal.

Ainda segundo a conta, a música "ofende os costumes e tradições do povo de Meca e contradiz a identidade e tradições de seus nobres filhos".

Na obra, o cenário escolhido é uma cafeteria em Meca onde Asayel dança com outros jovens que, assim como ela, têm origem afro-árabe. Cantada na língua local, a letra exalta a beleza das mulheres da cidade.

Publicado na semana anterior ao pedido de prisão, o vídeo não está mais disponível no YouTube. Porém, diversos usuários republicaram o material em seus perfis. O mais visualizado, colocado no ar no dia da prisão da cantora, já possui mais de 270 mil visualizações.

De origem eritreia, país localizado no Chifre da África, Asayel sofreu uma série de ataques racistas por conta de seu videoclipe. Uma hashtag que dizia que a rapper não era uma filha de Meca foi usada por sauditas no Twitter para atacarem suas raízes.

O pedido de prisão de Asayel ocorre em meio aos esforços da Arábia Saudita em se tornar um país mais liberal, principalmente em relação aos direitos das mulheres.

Em agosto do ano passado, caiu a lei que impedia as mulheres sauditas de viajarem para o exterior sem a autorização de seu marido, pai ou responsável do sexo masculino. Em junho de 2018, também houve a conquista do direito de dirigir pelas ruas do país.