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Fantástico convoca sertanejos famosos para homenagear Asa Branca

O locutor Asa Branca posa em julho de 2018 - Marlene Bergamo/Folhaimagem
O locutor Asa Branca posa em julho de 2018 Imagem: Marlene Bergamo/Folhaimagem

Do UOL, em São Paulo

09/02/2020 21h06

O Fantástico usou imagens de arquivo pessoal e depoimentos de sertanejos como Sérgio Reis e Chitãozinho e Xororó para fazer uma reportagem relembrando a carreira, as polêmicas e a revolução que Asa Branca promoveu nos rodeios. O locutor foi um grande sucesso ao mudar a maneira como estes eventos eram narrados e apresentados ao público. Ele morreu na última terça-feira (4).

A reportagem lembrou que Asa Branca, assim como outros locutores, ficava em um local separado da plateia e dos peões por causa do fio do microfone. Interessado em aumentar a interação, ele trouxe um microfone sem fio dos Estados Unidos e foi para dentro da arena. Fazia entrevistas com peões e entoava versos, atitudes revolucionárias para época.

O locutor incrementou sua performance chegando de helicóptero e este comportamento, aliado as inovações, transformaram Asa Branca em um fenômeno. Ele não teve limites para aproveitar a vida. Mas no caminho apareceram as drogas e os problemas que esta vida acarreta: faltar a compromissos, fazer arruaças e queimar a imagem.

Para completar, o locutor foi diagnosticado com Aids. Os problemas de saúde cresceram com o aparecimento da doença do pombo e, anos mais tarde, um câncer na mandíbula. O padecimento no hospital custou 20 quilos e fez Asa Branca repensar a vida. A viúva, Sandra dos Santos, contou que o marido pediu desculpas caso tenha maltratado os animais.

Asa Branca se utilizou da rede de amigos para tentar uma carreira de cantor. Mas não teve tempo. O câncer voltou avassalador. A saturação do oxigênio estava muito baixa havia dias e o locutor sentia fortes dores na região dos tumores. Na terça, ele não resistiu.

A reportagem do Fantástico teve depoimentos de locutores, cantores sertanejos e da viúva. O locutor de rodeio Adriano do Vale disse que "existe antes de depois do Asa Branca". A matéria terminou com uma homenagem e Sérgio Reis e Renato Teixeira cantando.