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Glenn defende Petra após criticas de Eduardo Bolsonaro: "Repugnante"

Petra Costa nos bastidores de "Democracia em Vertigem" - Divulgação
Petra Costa nos bastidores de "Democracia em Vertigem" Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo

03/02/2020 22h07

O jornalista Glenn Greenwald, do The Intercept Brasil, apoiou hoje no Twitter a diretora Petra Costa, de Democracia em Vertigem, documentário sobre o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff que está concorrendo ao Oscar 2020.

"Petra Costa, diretora de Democracia em Vertigem, sobre os riscos para a democracia brasileira, passou o dia todo exposta aos ataques mais repugnantes depois que o canal de comunicação oficial de Bolsonaro a considerou uma mentirosa e seu filho a chamou de criminosa", escreveu o norte-americana.

"O escritor mais famosos do Brasil, Paulo Coelho, observa que os ataques oficiais à Petra Costa pelo filme que ela fez e as entrevistas pré-Oscar que ela recebeu foram tão repugnantes que provam o objetivo de seu filme e devem ajudá-lo a ganhar o Oscar", completou.

A cineasta deu uma entrevista a um programa da rede de TV norte-americana PBS sobre o seu documentário e atacou o governo de Jair Bolsonaro na gravação.

Segundo ela, o presidente se aproveitou, durante a campanha eleitoral de 2018, de "uma taxa alta de homicídios no Brasil" para apelar aos votantes. "Ele prometeu matar criminosos", alegou a diretora.

No Twitter, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL - SP), filho do presidente, rebateu a entrevista de Costa, acusando-a de mentir. "Não costumo perder tempo desmentindo canalhas como a Sra. Petra Costa, mas o nível dos absurdos da sujeita chega a ser criminoso", escreveu.

O deputado ainda citou que a cineasta é da família que fundou a construtora Andrade Guiterrez, "empresa metida até o pescoço no Petrolão". "Quero ver distorcer isso", provocou.

Já a Secretaria Especial de Comunicação Social (SECOM) postou via Twitter oficial que Petra está "denegrindo uma nação" com seu projeto.

A Secom sustenta que a cineasta "assumiu o papel de ativista anti-Brasil" e questiona algumas declarações dela durante entrevista concedida no fim de semana a um canal americano.