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Michael Moore faz tributo a Coringa: "É sobre os EUA que nos deram Trump"

Filme Coringa - Divulgação
Filme Coringa Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo

18/12/2019 22h17

O documentarista Michael Moore escreveu um artigo para a Variety rasgando elogios para o filme Coringa e para o diretor Todd Phillips. Para Moore, o filme é a representação dos Estados Unidos que nos deram o presidente Donald Trump e deixa a pergunta no ar: o que acontecerá se os marginalizados revidarem?

"Este filme não é sobre Trump. É sobre a América que nos deu Trump — a América que não sente necessidade de ajudar os marginalizados, os necessitados. A América onde os ricos imundos ficam cada vez mais ricos e sujos. Exceto nesta história, uma pergunta desconcertante é colocada: e se um dia os despossuídos decidirem revidar?", indagou.

Moore aponta que as questões que essa "obra-prima cinematográfica" levanta são "profundas e "necessárias".

"Se você desviar o olhar da genialidade desta obra de arte, perderá o dom do espelho que ela oferece. nós Sim, há um palhaço perturbado naquele espelho, mas ele não está sozinho - estamos de pé ao lado dele", escreveu.

O cineasta Michael Moore - Walter McBride - Walter McBride
O cineasta Michael Moore
Imagem: Walter McBride

Coringa não é um super-herói, supervilão ou filme de quadrinhos, salientou o cineasta, que apontou ainda que Nova York como pano de fundo não é uma escolha qualquer.

"O filme se passa em algum lugar no final dos anos 70 em Gotham City, e Phillips não tenta disfarçá-lo para outra coisa que não seja: Nova York, a sede da maioria das vilãs da vida real: os ricos que nos governam, os bancos e corporações para quem trabalhamos, a mídia que nos alimenta diariamente de "notícias" de dieta que eles pensam que devemos absorver."

Michael Moore elogiou também as várias homenagens que o filme presta, como Taxi Driver, Rede de Intrigas, Operação França e Um dia de Cão, além de apontar que o filme chega em um momento importante para o mundo.

"Quanto tempo se passou desde que vimos um filme aspirar ao nível de "Laranja Mecânica", de [Stanley Kubrick], ou O Rei da Comédia, de [Martin] Scorsese? Obrigado, Todd Phillips, e todos os que fizeram este filme importante para este período importante", finalizou.