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Doutor Sono entra na lista de melhores adaptações de Stephen King no cinema

Cena do filme Doutor Sono - Divulgação
Cena do filme Doutor Sono
Imagem: Divulgação

Lello Lopes e Rodolfo Vicentini

Do UOL, em São Paulo

06/11/2019 04h00

Doutor Sono, a continuação de O Iluminado, estreia amanhã nos cinemas brasileiros. E o filme de terror dirigido por Mike Flanagan consegue algo relevante: entrar para a lista das melhores adaptações de Stephen King para as telonas.

King é um dos autores mais prolíficos do mundo. E também um dos mais adaptados (só em 2019 foram três filmes para o cinema e um para a Netflix). Assim, fica difícil no meio de tanto material encontrar aquele que é realmente bom.

Por isso, fizemos esta lista com as 10 melhores adaptações de King para o cinema:

Carrie, A Estranha (1976)

A obra que deu início à carreira de Stephen King virou um clássico cinematográfico de Brian De Palma na década de 1970. A tímida Carrie (Sissy Spacek, em seu melhor momento na carreira), com seus poderes telecinéticos, ainda é referência para a cultura pop. A assustadora cena da mão saindo da terra é um ícone dos filmes de terror e o banho de sangue que Carrie leva no baile virou referência para várias outras obras, entre elas a novela Rainha da Sucata. A obra ganhou duas péssimas releituras, lançadas em 2002 e 2013.

O Iluminado (1980)

Mesmo com King não gostando da versão de Stanley Kubrick para a história do perturbador Jack Torrance, o filme virou um dos maiores clássicos do terror. De cenas antológicas como o sangue saindo do elevador ao insano Jack Nicholson com machado na porta, o longa muda alguns detalhes da obra escrita por King, mas consegue manter o clima de tensão e desespero no ar.

Christine, O Carro Assassino (1983)

John Carpenter adaptando um livro de Stephen King é o sonho de qualquer fã de terror. A história sobre um garoto deslocado que acaba comprando um carro "possuído" e precisa arranjar alguma maneira de acabar com isso ganhou uma versão para as telonas em 1983. Mesmo com algumas diferenças com relação à obra, Carpenter deixa sua assinatura na produção considerada um clássico do gênero.

Conta Comigo (1986)

No conto O Corpo, do livro Quatro Estações, King escreve uma de suas fantásticas histórias sobre a infância e a amizade. Um grupo de amigos, cada um com uma personalidade diferente, vai em um busca de um corpo desaparecido nas matas do Maine. O diretor Rob Reiner aproveita o material e faz o filme definitivo para retratar a transição da infância para a adolescência e como a chegada da vida adulta influencia diferentes pessoas. No jovem elenco, River Phoenix já dava algumas provas de que poderia ter sido um dos principais atores de sua geração.

Louca Obsessão (1990)

Kathy Bates ganhou um Oscar pelo papel da lunática Annie Wilkes, uma fã alucinada do escritor Paul Sheldon (James Caan), que é resgatado por ela após sofrer um acidente de carro. Rob Reiner volta a trabalhar em uma história de King e consegue transmitir o desespero da relação perturbadora entre os protagonistas, desde as cenas de tortura até as tentativas desesperadas de fuga do sequestrado, embora a personagem do filme seja um pouco menos sádica que a do livro.

Um Sonho de Liberdade (1994)

Andy (Tim Robbins) e Red (Morgan Freeman) se conheceram na prisão de Shawshank. Ambos estão condenados a ficar até o resto de suas vidas enclausurados, mas Andy, sempre quieto e muito inteligente, precisa escapar de qualquer jeito. "Um Sonho de Liberdade" é o filme que lidera o ranking de avaliação do site especializado "IMDB". O projeto dirigido por Frank Darabont foi baseado no conto "Rita Hayworth e a Redenção de Shawshank", de "Quatro Estações", e amplia a história de King em todos os sentidos, desde transformar a história em um produto mais coeso até a profundidade dos personagens.

À Espera de um Milagre (1999)

Novamente Darabont entrega mais uma adaptação do escritor. O livro chegou ao Brasil na década de 1990 sob o nome de "Corredor da Morte", dividido em seis volumes e com a história de John Coffey, um condenado de ter estuprado e assassinado duas meninas. Michael Clark Duncan foi o escolhido para viver o grandioso personagem, tanto em tamanho quanto em poderes, e Tom Hanks interpreta o guarda Paul. Atores sensacionais, história marcante e o final que levou muita gente às lágrimas, tanto na telona quanto nas letrinhas.

O Nevoeiro (2007)

Dezenas de pessoas presas em um supermercado enquanto um estranho nevoeiro toma conta da cidade. E sabe o que tem nesse nevoeiro? Criaturas que apenas a mente de Stephen King poderia criar. O filme, novamente dirigido por Frank Darabont, faz jus ao conto do livro "Tripulação de Esqueletos" e dá vida aos monstros alados e extraterrestres. Fugindo dos clichês de susto e apostando na história, "O Nevoeiro" consegue se sobressair ao livro por apresentar um final bem mais trágico e impactante.

It: A Coisa (2017)

O diretor argentino Andy Muschietti levou para as telonas a história de Pennywise, que já havia ganhado uma minissérie cult no início dos anos 90. A entidade que se veste de palhaço assassino e aterroriza a pequena Derry enfrenta um grupo de crianças esquisitonas em uma batalha mortal. O afinado elenco infantil, a versão assustadora de Pennywise defendida por Bill Skarsgard e a ambientação da história nos anos 80 fizeram com que It se tornasse o filme de terror de maior bilheteria de todos os tempos. Já a continuação, lançada em 2019, é decepcionante.

Doutor Sono (2019)

Fazer a continuação de um clássico como O Iluminado é uma jogada perigosa, mas o diretor Mike Flanagan se sai bem. É claro que ele não tem o talento de Stanley Kubrick (aliás, quem tem?), mas consegue fazer um filme sólido e envolvente, com um terceiro ato que é um grande deleite para os fãs do original. Na história, quase 40 anos depois dos acontecimentos no Hotel Overlook, Danny Torrance ainda tenta enterrar os fantasmas do passado. Até que uma seita que suga as almas dos "iluminados" aparece e ele precisa ajudar uma garotinha que também tem poderes.