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Perturbador, Midsommar justifica classificação +18 e exige estômago forte

Reprodução/YouTube
Imagem: Reprodução/YouTube

Renata Nogueira

Do UOL, em São Paulo

13/09/2019 04h00

Não se engane pelas paisagens deslumbrantes, as coroas de flores, o sol da meia-noite e o clima de acolhimento do vilarejo da Suécia onde se passa o novo filme de Ari Aster. Como o próprio título diz, Midsommar: O Mal Não Espera A Noite é perturbador, sangrento, desconfortável e - embora não recorra aos aspectos clássicos do gênero - bastante aterrorizante.

Se você já conhece o trabalho do diretor, que estreou em longas no ano passado com o elogiadíssimo Hereditário, não precisaria dessa introdução. Mas o filme, uma espécie de conto de fadas conduzido pelo medo, é ainda mais chocante do que o anterior. Não à toa, ganhou classificação indicativa para maiores de 18 anos. E, caso houvesse uma classificação acima dessa, certamente seria colocado ali.

São 2 horas e 26 minutos dentro de uma montanha russa que começa com um looping, mas que depois segue tranquila até uma descida sem fim. Não que isso signifique uma queda também na qualidade do filme, pelo contrário. Midsommar cumpre brilhantemente seu papel de apavorar.

O início mostra o drama familiar de Dani (Florence Pugh), a personagem principal do filme. Distante dos pais e da irmã, ela ainda passa por um momento conturbado de seu namoro. A dor da universitária com um acontecimento chocante toca e incomoda, mas ainda está longe do horror realista e intrigante da parte final.

Midsommar - O Mal Não Espera a Noite - Divulgação - Divulgação
Midsommar: O Mal Não Espera a Noite gira em torno dos fantasmas de Dani (Florence Pugh)
Imagem: Divulgação

O que era para ser uma viagem de distração para Dani e de estudo para seu namorado, Christian (Jack Reynor), e o grupo de amigos dele se revela algo totalmente fora da curva. Apoiado em rituais e tradições, Ari Aster constrói um universo que consegue ser encantador e apavorante simultaneamente.

Sangue, ossos quebrados e vísceras humanas e animais estão ali de forma explícita e realista. Embora várias cenas sejam extremamente incômodas, nenhuma delas é gratuita. O diretor ainda dopa o público com imagens que simulam os efeitos de drogas alucinógenas e - de tão duradouras - fazem que você desconfie se está vendo aquilo mesmo ou apenas embriagado de violência.

Midsommar estreia oficialmente em 19 de setembro, mas terá sessões hoje aproveitando o embalo da sexta-feira 13 (veja a lista completa). Mas só vá ao cinema se você estiver realmente preparado para entrar no clima da data e tiver estômago (bem) forte.

Veja o trailer de Midsommar: O Mal Não Espera A Noite

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