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Scarlett Johansson diz que "ama" Woody Allen e acredita em sua inocência

Scarlett Johansson fala sobre o filme solo da Viúva Negra na San Diego Comic Con - Chris Delmas / AFP
Scarlett Johansson fala sobre o filme solo da Viúva Negra na San Diego Comic Con Imagem: Chris Delmas / AFP

Caio Coletti

Do UOL, em São Paulo

04/09/2019 13h42Atualizada em 18/06/2020 18h32

Scarlett Johansson defendeu o cineasta Woody Allen em nova entrevista para a capa do The Hollywood Reporter. A atriz disse que acredita no diretor quanto a sua inocência da acusação levantada pela filha adotiva, Dylan Farrow, de que ele teria a molestado quando era casado com a atriz Mia Farrow, sua mãe.

Johansson trabalhou com Allen em três filmes: Match Point (2005), Scoop - O Grande Furo (2006) e Vicky Cristina Barcelona (2008). "Eu amo Woody. Eu acredito nele, e trabalharia com ele em qualquer momento", comentou.

"Eu vejo Woody sempre que posso, e tive conversas com ele sobre isso. Eu fui muito direta com ele, e ele foi muito direto comigo. Ele mantem a sua inocência, e eu acredito nele", disse ainda.

Johansson reconheceu que esta não é uma opinião popular em Hollywood neste momento. Vários astros de filmes anteriores de Allen, como Michael Caine e Greta Gerwig, expressaram arrependimento por trabalhar com o diretor, e ele não conseguiu encontrar distribuição norte-americana para seus filmes desde o fim de um trato com a Amazon, neste ano.

"É difícil, porque as pessoas estão muito envolvidas [em ativismo] no momento, e isso é compreensível. As coisas precisavam mudar, e então as pessoas estão muito apaixonadas, têm muitos sentimentos e estão com raiva, o que faz sentido. É um momento muito intenso", definiu.

Viúva Negra e mais

Johansson falou com o The Hollywood Reporter durante as filmagens de Viúva Negra, filme solo da espiã soviética que interpreta desde 2010 no universo cinematográfico Marvel. Dirigido por Cate Shortland e produzido pela própria Johansson, o filme chega aos cinemas em maio de 2020.

A atriz gostou de ter mais influência sobre o processo criativo como produtora. "Eu sinto que estou no controle do destino deste filme, o que me deixa mais tranquila. Eu conheço Natasha [a Viúva Negra] melhor do que ninguém", comentou.

"Como foi a infância dela? Qual é o relacionamento dela com diferentes figuras de autoridade? Esta personagem é sombria, e multi-dimensional, e tem muito trauma em sua vida. Para operar como espiã de elite, ela teve que afastar muitas memórias e sentimentos", continuou.

Johansson também exigiu receber o mesmo salário por Viúva Negra que seus colegas homens, como Chris Hemsworth (Thor) e Chris Evans (Capitão América), ganham em seus longas solo.

"O dinheiro é um tópico tabu", disse ao THR. "Mas eu posso dizer que, sim, estou em equilíbrio com meus colegas do sexo masculino".

A experiência com Viúva Negra levou Johansson a considerar mais seriamente a possibilidade de assumir a direção de um filme. "Antes, eu me focava mais na atuação. Agora, acho que tiraria um tempo para desenvolver algo e dirigir. Eu estou procurando por algo há um tempo, mas quero achar o projeto certo", revelou.

Um assunto que ela não gosta de abordar são as críticas que recebeu por aceitar papéis como o de Ghost in the Shell, que era originalmente de outra etnia (neste caso, asiática). Recentemente, ela também desistiu de um papel em Rub & Tug, onde interpretaria um homem transgênero.

"Há outras vozes que tem mais a dizer sobre este assunto, e precisam de uma plataforma. Eu acho que já falei o bastante sobre isso", declarou.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do que foi publicado em uma versão anterior deste texto, no primeiro parágrafo, Dylan Farrow é filha adotiva de Woody Allen, e não afilhada. No quarto parágrafo, o ator citado pela reportagem é Michael Caine, e não Michael Cera. As informações foram corrigidas.