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Filho de Robin Williams fala sobre suicídio do pai em campanha de saúde mental

Zak Williams na campanha Faces of Fortitude - Faces of Fortitude/Mariangela Abeo
Zak Williams na campanha Faces of Fortitude Imagem: Faces of Fortitude/Mariangela Abeo

Caio Coletti

Colaboração para o UOL

28/05/2019 12h10

Zak Williams, o filho mais velho do ator Robin Williams, apareceu na nova edição da campanha Faces of Fortitude. Criada pela fotógrafa Mariangela Abeo, a campanha traz depoimentos de pessoas cujas famílias foram afetadas pelo suicídio de um ente querido.

Além de posar para as lentes de Abeo, Zak falou sobre o suicídio do pai e o processo de luto da família, tanto em público quanto em particular. Williams, conhecido por filmes como "Uma Babá Quase Perfeita" e "Gênio Indomável", cometeu suicídio em 2014, aos 63 anos.

"Não existe nada em nossa educação que nos ensine a lidar com algo assim. Nada que nos mostre como equilibrar um processo de luto privado com as suas ações em público", comentou. "É claro que foi bom ser ouvido, mas acabei passando mais tempo nesta camada externa, pública, do que na interna. Nossa família estava em luto junto com o mundo inteiro".

"Nos últimos três anos, eu consegui me curar muito. Eu estava me sentindo mal por muito tempo. Estava buscando consolo através do meu luto. Uma vez que eu tirei de cena todos os elementos externos, e a automedicação, tudo se tornou cru para mim. Foi muito doloroso", confessou ainda.

"Eu precisei parar de pensar no quadro maior, e olhar para dentro de mim mesmo. Encontrei muita coisa lá. Eu percebi que não estava quebrado, e que eu tinha muita força dentro de mim", completou.

Zak ainda refletiu sobre a ação da mídia em torno do suicídio de seu pai: "Quando você está de luto e busca validação do público, é tudo passageiro. Eu busquei apoio do mundo lá fora, não da minha família. Muita gente queria passar pelo luto conosco, por vários motivos diferentes, mas o pesar público passa muito rápido".

"É muito importante priorizar o seu próprio processo de luto. Você não pode dar apoio às outras pessoas se não fez o trabalho de processar os seus próprios sentimentos. É preciso diferenciar uma coisa da outra. Isso é algo que eu gostaria de ter aprendido antes", concluiu.

Imagem do documentário "Robin Williams: Come Inside My Mind" - Mark Sennet - Mark Sennet
Imagem: Mark Sennet