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Como Billie Eilish virou uma das cantoras mais ouvidas do momento

Billie Eilish em foto de divulgação de seu disco de estreia, "When We All Fall Asleep, Where do We Go?" - Divulgação
Billie Eilish em foto de divulgação de seu disco de estreia, "When We All Fall Asleep, Where do We Go?"
Imagem: Divulgação

Renata Nogueira

Do UOL, em São Paulo

01/05/2019 04h00

Um mês depois do lançamento de "When We All Fall Asleep, Where Do We Go?" só dá Billie Eilish. O disco de estreia da cantora americana recuperou ontem o número 1 da Billboard Hot 200, tirando os sul-coreanos do BTS da primeira posição e retomando a liderança que já havia ocupado antes na parada musical mais importante dos Estados Unidos.

É de Billie Eilish também a música mais tocada do mundo há quatro semanas no Spotify: "Bad Guy". A faixa, uma das mais dançantes do álbum, fala sobre um cara que se acha o bonzão, quando na verdade a garota é que é "o cara mau" da relação. A cantora definitivamente não é uma artista comum.

Das músicas que fogem ao tradicional pop fofo ou sensual à aparência mais desleixada, Billie Eilish agradou justamente fugindo ao padrão. Escolhemos cinco atitudes que mostram por que ela é a artista do momento.

Ela não quer ser a nova Lana Del Rey

estilo - Reprodução/Facebook - Reprodução/Facebook
Roupas largas e muitas grifes: o estilo de Billie Eilish é único
Imagem: Reprodução/Facebook

Roupas largas, grifes ostentação sem afetação, cabelos coloridos e um constante ar blasé. Billie Eilish tem atitude não só no som e nas letras de suas músicas, como em seu comportamento. Com uma forma de se vestir bastante peculiar, ela influencia o público mesmo sem a intenção direta de fazer isso. O estilo criado por ela combina com a atmosfera única de suas músicas e clipes.

A cantora definitivamente não está preocupada em imitar alguém, mas sim em ressaltar sua identidade única. "Eu não quero ouvir que a Billie Eilish é a nova Lana Del Rey. Não desrespeitem a Lana dessa forma. Ela construiu sua marca tão perfeitamente [...] Eu também não quero que daqui alguns anos digam que alguém é a nova Billie Eilish", disse ao jornal "Los Angeles Times".

E também não tem problema nenhum em demonstrar sua verdade. "Nós somos tristes pra caramba. Todos esses artistas são tristes. Toda pessoa que eu conheço e é artista, é uma pessoa triste", declarou sem papas na língua sobre a atual indústria da música falando para a revista "Vanity Fair".

Criatividade além do próprio quintal

Quem ouve com atenção o som de Billie Eilish sem saber que todas as letras são dela ou do irmão desconfia que aquelas ideias saíram de uma mente na casa dos 30 anos ou mais. Mas a menina que canta desde desilusões amorosas em "Wish You're Gay" até o efeito do Xanax em "Xanny" tem 17 anos.

Criada em uma família de artistas de Los Angeles e estimulada desde a infância a desenvolver seus talentos, a cantora tem um senso artístico que muitas vezes vai além de suas vivências.

Em um documentário feito sobre ela para a Apple, a própria explica: "Você não tem que estar apaixonado para escrever uma canção sobre amor. Você não tem que estar com raiva de alguém para escrever uma música sobre odiar alguém. É divertido se colocar em lugar que você não estaria de outra maneira."

Sem medo de ser ela mesma

Billie Eilish se emocionou ao conhecer Justin Bieber. Ela nunca escondeu sua admiração pelo ídolo pop canadense e, mesmo já bastante conhecida, ainda esperava por esse momento. O encontro foi registrado pelo empresário de Bieber, Scooter Braun.

Aconteceu há duas semanas no festival Coachella, na Califórnia. Billie já tinha se apresentado como uma das atrações do festival e foi prestigiar o show de Ariana Grande. Quando chegou ao lugar reservado para ela, deu de cara com Bieber. E precisou de um tempo para se recompor e cumprimentá-lo. Vale destacar que Bieber tinha ido ao festival com um objetivo: assistir ao show dela.

Antes, Billie Eilish já havia surpreendido Dave Grohl. O líder do Foo Fighters, que foi a uma apresentação dela com as filhas, comparou a performance e a atitude da cantora ao seus tempos de Nirvana e declarou que - se depender dela - o "rock não morreu". Ao se dar conta do elogio, Billie reagiu boquiaberta. E confessou que é fã, como não?

Entre outros veteranos que já a elogiaram, a ex-Spice Girl Mel C. Depois de encontrar a cantora que já foi um dos maiores ícones da música pop, Billie não teve vergonha de confessar que achava que as Spice Girls eram um grupo fictício criado para o filme "Spice World", de 1998. Pois é, ela nasceu em 2001.

Sonhos e pesadelos

Não bastasse a criatividade para compor, Billie também usa seu talento para pensar em clipes geniais. No segundo vídeo mais popular do canal dela no YouTube, o clipe de "When The Party's Over", ela chora um líquido preto viçoso depois de tomá-lo de uma vez de um copo em um cenário branco quase hospitalar. A ideia foi toda da própria cantora, que até ensaiou a ideia com a mãe atriz na porta de casa.

Um pouco mais elaborado, mas seguindo a atmosfera aterrorizante, "Bury a Friend" mais parece um filme de terror e faz todo sentido ser assim. Além de seguir o teor da letra, que fala sobre um pesadelo, o vídeo ganhou a direção de Michael Chaves, o mesmo que vai dirigir o próximo filme de "Anabelle".

Fusão de talentos

Finneas Billie - Reprodução/Instagram - Reprodução/Instagram
Finneas O' Connell e sua irmã, Billie Eilish, durante show na Austrália: "Espero que possamos fazer isso pra sempre"
Imagem: Reprodução/Instagram

A parceria mais importante de Billie Eilish sem dúvida é a que ela tem com o irmão mais velho. Foi com Finneas que ela gravou os primeiros singles e é ele quem assina a produção do seu primeiro disco, além de participar dos shows.

Entre outras parcerias musicais, ela se destacou com o single "Lovely" que canta com Khalid, outro grande talento da safra recente. Para o futuro, são esperadas uma música com Justin Bieber e ainda um single que ela já teria gravado com a espanhola Rosalía.