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Kendrick Lamar encerra Lollapalooza com show curto, frenético e épico

Leonardo Rodrigues

Do UOL, em São Paulo

07/04/2019 22h17

Kendrick Lamar é o nome mais quente do rap da atualidade, vencedor de múltiplos prêmios, admirado pela crítica e por gente como Barack Obama.

A apresentação no Brasil era questão de tempo, e o que se viu em São Paulo, no encerramento do Lollapalooza 2019, certamente ficará guardado na memória do fã por muito anos.

Show do público

Toda a falta de energia dos shows dos dois primeiros headliners do Lollapalooza 2019, Arctic Monkeys e Kings of Leon, foi compensada durante a apresentação de Kendrick Lamar. Mãos em constante movimento, pulos, celulares equilibrados em meio ao frenesi. Letras entoadas alto em versos e refrãos. A plateia, jovem, deu um show a parte na apresentação, aos gritos de "Kendrick, Kendrick".

Um show que poucos viram

Na verdade, só quem esteve no autódromo de Interlagos. Lamar vetou fotógrafos e transmissão pela TV, sem explicar o motivo, o que tornou a apresentação ainda mais especial para quem pode desembolsar os salgados preços de ingresso do Lollapalooza.

Kendrick Lamar se apresenta no Lollapalooza Brasil 2019, em São Paulo - Flávio Moraes/UOL - Flávio Moraes/UOL
Imagem: Flávio Moraes/UOL

Repertório

Você vai ao Brasil pela primeira vez e, para agradar gregos e troianos, faz um apanhado de seus discos e fase, correto? Não pra quem é Kendrick Lamar. O rapper priorizou as músicas de seu álbum mais recente, "Damn", deixando em segundo plano o elogiadíssimo "To Pimp my Butterfly". A estratégia seria arriscada se o repertório não estivesse na ponta da língua do público. E ainda encerrou o show com a música indicada ao Oscar, "All The Stars", da trilha sonora do filme "Pantera Negra". O rapper talvez seja o artista mais atual e relevante a se apresentar nas edições brasileiras do Lollapalooza.

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Como é Lamar no palco

Vestindo agasalho vermelho que provavelmente virará hit entre os fãs, Lamar doutrinou sozinho o imenso palco do Lolla, acompanhado basicamente de telão e fumaça. Em alguns momentos, chamava os brasileiros para festejar e seguir o flow. Em outros, permanecia estático apenas observando o público. Em "PRIDE.", pediu para todos acenderem as luzes do celular e foi prontamente atendido. Por pouco mais de uma hora, ele foi rei. Um show curto? Pela intensidade, a duração foi ideal.

Maconha

Diferentemente do que aconteceu em outros shows importantes do Lolla, rodinhas com cigarros eram vistas em vários pontos do show de Kendrick Lamar, que não faz do discurso da legalização uma bandeira em sua música, que é mais ligada à temática racial e cotidiana.

Show para fãs

A escalação do palco principal do Lollapalooza, que antes assistiu aos shows roqueiros de Struts e Greta Van Fleet, explicitam a cisão entre os ouvintes de rock e rap. Muitos foram embora antes de o rapper subir ao palco. Outros preferiam esperá-lo para conhecer o som, partindo para casa logo em seguida. Apesar de empolgante, o show não estava lotado, sendo possível chegar às primeiras fileiras sem muita dificuldade.

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