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Bell Marques lançará documentário para comemorar seus "40 carnavais"

Alexandre Santos

Colaboração para o UOL, em Salvador

29/12/2018 12h13

Aos 66 anos, Bell Marques prepara mais uma surpresa para celebrar sua trajetória de 40 carnavais: após um ano de uma turnê regada a sucessos imortalizados com o bloco "Camaleão", o cantor baiano lançará um documentário sobre os vários momentos da carreira que o alçou à condição de maior puxador de trio elétrico do país.

"O ano de 2019 vai ser a comemoração desses 40 carnavais que eu passei. No ano passado, nós comemoramos 40 anos do Camaleão. Nesse Carnaval, eu não pretendo fazer nada especial. Mas, depois do Carnaval, durante o ano, pretendo fazer muitas coisas especiais. Quero fazer um documentário, que já estamos trabalhando nele", adiantou Bell em entrevista coletiva nesta sexta-feira (28), pouco antes de se apresentar na primeira noite do Festival Virada Salvador 2019, evento que vai até a próxima terça (1º), na capital baiana.

Inspirado no show "Bell Marques 40 Carnavais de Camaleão" --no qual reúne hits que marcaram a história da agremiação, como "Cara Caramba", "Lindo é Viver" e "Suinga Índia--, o documentário, segundo o ex-vocalista do Chiclete com Banana, contemplará, de forma mais fiel possível, a forte sinergia que mantém com os fãs.

"Há coisas bem interessantes que o público necessitaria saber desses 40 carnavais que não dá para contar somente num momento. Então, vou precisar de um tempo para ir contando isso junto com o povo da Bahia", emendou Bell, sem dar detalhes de quando documentário será lançado.

O sucesso com o público, afirma Bell, não tem nenhuma fórmula. Mas, para conquistá-lo, exige sinceridade, ele diz.

"O que as pessoas esperam sempre de mim é uma coisa que eu fiz com muito prazer: me dedicar plenamente a todos os foliões, a todos os meus fãs. Ser sincero no que eu faço. Manter essa energia presente na minha história é uma coisa muito própria minha. Eu não invento nada. Simplesmente, eu vou lá e faço. E essa troca acabou virando uma troca muito verdadeira, até pelo ritmo empregado nas minhas canções. Pela forma que eu venho cantando minhas canções a minha história inteira", explica.

"Além das duas músicas que acabei de lançar agora ['B' de Bell', entre as mais tocadas], eu devo lançar mais uma ou duas até o Carnaval e, logo depois do Carnaval, eu devo lançar um CD todo de inéditas com essas quatro canções que estariam fazendo parte do Carnaval."

Frio na barriga

Apesar da longeva carreira, Bell não esconde: antes de empunhar sua guitarra e assumir o microfone, ainda sente um friozinho na barriga.

"Eu fico sempre muito nervoso. Parece que não, mas eu fico sempre muito nervoso. E uma coisa que me deixa logo nervoso, e vocês não percebem, é que falta saliva nos lábios. Porque não é fácil subir num palco desse depois de grandes artistas ou mesmo depois que grandes artistas tenham se apresentado", entrega.

"Saber que os baianos estão aí, e não somente o turista, mas o baiano está aí. E, por incrível que pareça, o baiano é o mais exigente de todos os públicos que nós conhecemos em nível de música. Talvez até pela sensibilidade deles, eles gostam de coisas boas. Então, tenho que fazer um show bacana. Quando eu dou o primeiro acorde, aí vai embora. Sai de baixo, que vai ser muito legal", brincou Bell, que, durante a apresentação, desceu do palco e fez as vezes de folião pipoca no meio da galera.

Primeira noite

Além de Bell Marques, a primeira noite do Festival Virada Salvador 2019 contou com shows de Milton Nascimento, Claudia Leitte, Bell Marques, Xand Avião e Harmonia do Samba.

Um dos pontos altos foi a apresentação de Milton, que dedicou a música "Coração de Estudante" à vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e ao motorista Anderson Gomes, assassinados em março deste ano.

Neste sábado (29), quem embalará baianos e turistas na arena Daniela Mercury são os cantores Devinho Novaes, Zezé Di Camargo & Luciano, Luan, Durval Lelys, Léo Santana e Mano Walter.

Ao todo, até o dia 1º, o evento receberá 29 shows, com mais de 70 horas de música, além de brinquedos como a roda-gigante e a tirolesa.

A Prefeitura de Salvador estima que mais de 2 milhões de pessoas passem pelo local.