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Os choques de expectativa e realidade em "Cinquenta Tons de Liberdade"

Beatriz Amendola

Do UOL, em São Paulo

09/02/2018 04h00

“Cinquenta Tons de Liberdade” estreou nesta quinta-feira (8) para pôr um ponto final (ao que parece, pelo menos) na história de amor entre a inocente Anastasia Steele (Dakota Johnson) e o bilionário Christian Grey (Jamie Dornan), adepto do sadomasoquismo.

Mas o último capítulo da saga bilionária iniciada pelo livro “Cinquenta Tons de Cinza”, de E.L. James, fica devendo em muita coisa – seja nas cenas quentes, bem menos explícitas do que as do papel, ou na verossimilhança.

Separamos então o momento em que as expectativas mais se chocaram com a realidade do que o filme realmente é. Confira:

Expectativa: sexo ousado | Realidade: não é bem assim...

Ana e Christian em "Cinquenta Tons de Liberdade" - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

Tudo bem que a falta de cenas de sexo, digamos, mais inspiradas não é exatamente uma novidade para quem acompanhou os outros dois filmes da franquia. Mas ainda havia uma esperança de que o capítulo derradeiro pudesse apresentar um material um pouquinho mais ousado – o que ele não faz. “50 Tons de Liberdade” traz apenas cinco cenas rápidas de sexo em mais de duas horas de filme, e sua maior ousadia é mostrar o casal Grey brincando com vibradores e sorvete. Um pouco decepcionante para uma história que, desde o lançamento dos livros, anunciou como principal chamariz as cenas de sexo sadomasoquista.

Expectativa: mais Sr. Grey | Realidade: nada demais

Christian Grey aparece sem camisa em "Cinquenta Tons de Liberdade" - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

Dá pra entender que, por questões de classificação indicativa e arrecadação nos cinemas, a trilogia “50 Tons” não colocou em cena um nu frontal do ator Jamie Dornan. Mas custava mostrar um pouco mais do derrière do rapaz? O filme, afinal, é voltado ao público feminino, e faria sentido explorar os dotes físicos do ator. O problema é que “50 Tons de Liberdade” é pudico nesse aspecto e poucas vezes se aventura a mostrar o bumbum de Dornan. Reconhecemos, no entanto, que a situação melhorou bastante em relação ao filme anterior, em que o moço protagonizava a maioria das cenas quentes usando calças.

Expectativa: Perseguição, oi? | Realidade: Ana na Fórmula 1

Ana dirige em "Cinquenta Tons de Liberdade" - Reprodução - Reprodução
Imagem: Reprodução

Em um momento que talvez seja o mais absurdo do filme, Ana está despreocupadamente dirigindo um Audi chiquérrimo com Christian quando os dois descobrem que estão sendo seguidos. O que se segue é uma perseguição em que Ana revela a habilidade de um piloto de Fórmula 1 e consegue feitos impensáveis para quem até pouco tempo atrás dirigia um carro velho – e tudo com uma calma que com certeza não seria possível na vida real. Teria ela feito um curso de direção defensiva entre o segundo e o terceiro filmes?

Expectativa: Um vilão para movimentar a trama | Realidade: Tá difícil...

O vilão Jack em "Cinquenta Tons de Liberdade" - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

Em meio às cenas de sexo e aos dramas conjugais de Ana e Christian, a história ganha um vilão: Jack Hyde (Eric Johnson), antigo chefe da mocinha. Demitido após atacá-la, no segundo filme, ele dá início a uma jornada de vingança contra o casal que não tem pé nem cabeça -- principalmente porque ele vai de repente de um simples editor a um expert em invasões, bombas caseiras e sequestros. O que nos leva ao próximo item...

Expectativa: Segurança de primeira linha | Realidade: Pior que a da loja da esquina

Christian Grey em "Cinquenta Tons de Liberdade" - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

Christian Grey é um bilionário que vive cercado de seguranças, 24 horas por dia, sete dias por semana. Mas tanto sua empresa quanto seu apartamento são invadidos por Jack Hyde. Ora, se você mora em um edifício de altíssimo padrão e tem uma empresa na qual o acesso do público é controlado, deveria ser um pouquinho mais difícil alguém não autorizado conseguir entrar. Dá pra competir em absurdo com um hit das novelas: o porteiro que nunca interfona para avisar quando alguém está subindo.

Expectativa cumprida: casamento e lua de mel de contos de fadas

Ana e Christian curtem lua de mel em "Cinquenta Tons de Liberdade" - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

Apesar das derrapadas, temos que admitir que “50 Tons de Liberdade” consegue entregar o clima de conto de fadas romântico que faz a alegria das fãs da saga: a história começa com o casamento de Ana e Christian e acompanha os pombinhos em uma luxuosa lua de mel em Paris e no litoral francês. As tradicionais tomadas envolvendo jatinhos, iates e carros exclusivíssimos também marcam presença, acompanhadas de uma trilha sonora pop.