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Quentin Tarantino já defendeu Polanski em caso de estupro a uma criança

Harvey Weinstein e Quentin Tarantino na pré-estreia de "Os Oito Odiados" em Hollywood, em 2015 - Charley Gallay/Getty Images for The Weinstein Co
Harvey Weinstein e Quentin Tarantino na pré-estreia de "Os Oito Odiados" em Hollywood, em 2015 Imagem: Charley Gallay/Getty Images for The Weinstein Co

Do UOL, em São Paulo

06/02/2018 12h14

O diretor Quentin Tarantino ganhou as manchetes da imprensa americana nesta semana após uma antiga entrevista que ele concedeu em 2003 ser lembrada pelo site "Jezebel".

Na entrevista, Tarantino defende o diretor francês Roman Polanski, que foi julgado culpado por estuprar em 1973 Samantha Geimer, que na época tinha 13 anos.

No áudio divulgado pela "Jezebel", Tarantino conversa com o locutor Howard Stern sobre o filme "Kill Bill" e em um dado momento, eles começam a falar sobre o caso de Polanski.

Tarantino diz que o caso deve ser tratado como "estupro de menor" quando ocorre o ato sexual consentido pela criança, sem violência. Vale lembrar que a condenação de Polanski diz que ele teria drogado a garota.

Porém, de acordo com o entendimento da legislação americana, a criança não tem discernimento para consentir ou não o ato sexual e presume que nestes casos sempre há uma coerção do adulto.

"Ele não estuprou uma criança de 13 anos", disse Tarantino. "Ele fez sexo com uma menor de idade. Não é estupro. Para mim, quando você usa a palavra estupro, vocês está falando de violência, de jogar a pessoa no chão. É um dos tipos de crimes mais violentos do mundo. Você não pode sair jogando a palavra estupro assim. É como usar a palavra racista por aí. Não se aplica a todas as pessoas que a usam".

A entrevista surgiu depois que a atriz Uma Thurman revelar que sofreu graves lesões em um acidente de carro durante as gravações de "Kill Bill", após o diretor ter dispensado os dublês e a ter colocado em risco.

Vale lembrar que Roman Polanski vai participar do novo filme de Tarantino sobre Charles Manson. 

Manson foi condenado à morte por coordenar um ataque em 1969 à casa de Polanski, onde várias pessoas esfaquearam e mataram a atriz e mulher do diretor, Sharon Tate, que estava grávida. A pena de Charles Manson foi posteriormente comutada em prisão perpétua. Ele morreu no dia 19 de setembro de 2017 na penitenciária de Corcoran, na Califórnia.