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Secretário da Cultura de Doria reafirma planos de manter a Virada no centro

Os palcos da Virada Cultural 2015 no centro de São Paulo receberam shows como o das cantoras Maria Rita (foto), Elza Soares e Valesca - Diego Padgurschi/Folhapres
Os palcos da Virada Cultural 2015 no centro de São Paulo receberam shows como o das cantoras Maria Rita (foto), Elza Soares e Valesca Imagem: Diego Padgurschi/Folhapres

Jussara Soares

Colaboração para o UOL, em São Paulo

08/12/2016 12h36

O cineasta André Sturm, futuro secretário de Cultura de São Paulo, garantiu que as mudanças propostas pelo governo Joao Doria para a Virada Cultural têm o objetivo de resgatar a ideia original do evento, criado em 2005, durante a gestão de José Serra.

Em entrevista coletiva nesta quinta (8), Sturm afirmou que atrações 24 horas serão mantidas no centro da cidade, mas não com grandes palcos. "Queremos resgatar o espírito original, queremos que as pessoas venham passear no centro. E não apenas assistam a um show e vão embora", disse.

De acordo com ele, o autódromo de Interlagos é apenas um plano para tirar os grandes palcos da região central. "Eu não posso dizer que vamos fazer tudo em Interlagos. São ideias que só serão concretizadas quando eu estiver lá", afirmou.

Segundo o futuro secretário e atual diretor do MIS (Museu da Imagem e do Som), o atual formato afastaria parte do público. "Muita gente não vem a virada porque é cheio e sujo", disse.

Descentralização

Pelos planos de Sturm, a Virada no centro privilegiará as pequenas atividades e acontecerá principalmente nos equipamentos públicos, como Teatro Municipal e Biblioteca Mario de Andrade, e no entorno deles. "Queremos estimular que as pessoas entrem nesses lugares e continuem voltando durante o ano", afirmou.

O novo secretário disse ainda que a virada manterá atrações variadas e ecléticas, com artistas famosos e também menos conhecidos. Segundo ele, haverá ainda um chamamento público para artistas e as atrações nos bairros também devem ser mantidas. "Não queremos fazer uma Virada vazia, nem pior. Queremos fazer uma Virada melhor".

Durante a conversa com jornalistas, integrantes da ONG Minha Sampa entregaram uma petição com 4 mil assinaturas pedindo o tombamento da Virada Cultural e que o evento continue existindo com as mesmas características.

Em entrevista ao jornal "Folha de S.Paulo", Sturm já havia afirmado que apenas os grandes shows serão transferidos para Interlagos, com várias atrações continuando no centro da capital paulista.

Segundo João Doria, que assume a prefeitura em janeiro, a ideia é tornar o evento mais seguro, "com transporte, com conforto e sem os transtornos que, infelizmente, pela dimensão que ela assumiu ela proporciona. Ela vai manter tudo de bom que ela sempre teve, sem os aspectos ruins em Interlagos".

Críticas

Polêmico, o anúncio foi motivo de críticas nas redes sociais e por parte de produtores e antigos organizadores do evento, criado com intuito de ocupar a degradada região do centro de São Paulo com atrações gratuitas durante 24 horas em um fim de semana.

Na edição 2016, A Virada Cultural, que custou mais de R$ 14 milhões aos cofres públicos, também organizou shows e atrações culturais em regiões da periferia de São Paulo. O evento foi marcado por diversos protestos contra o presidente Michel Temer (PMDB).