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Bienal: Recebida como popstar, Kéfera anuncia filme "adulto, mas não pornô"

Renata Nogueira

Do UOL, em São Paulo

01/09/2016 18h45

Principal atração da Bienal de São Paulo nesta quinta-feira (1), a youtuber Kéfera Buchmann recebeu seus fãs no principal palco da feira para um bate-papo sobre seu segundo livro.

O público, no entanto, não parecia nem um pouco interessado no que a youtuber tinha a ensinar sobre os macetes da plataforma, tema de "Tá Gravando. E Agora?".
 
Cerca de duas horas antes do horário marcado para o início da conversa, a gritaria já dominava os corredores da Bienal. O encontro - agendado para as 17h - começou com 40 minutos de atraso.
 
"Vocês querem mesmo saber sobre o livro?", brincou Kéfera em meio a histeria do público que levou faixas, cartazes e presentes para a youtuber.
 
Thauany Oliveira - Renata Nogueira/UOL - Renata Nogueira/UOL
Thauany Oliveira, de 14 anos, chegou às 6h para ver Kéfera na Bienal do Livro de SP
Imagem: Renata Nogueira/UOL
"Kéfera, eu te amo", "dança Bang" (referência a paródia que ela fez do clipe de Anitta), "Kéfera, gostosa" e "É Fada" eram os gritos de guerra mais ouvidos na Arena BNDES.
 
"É Fada" é o primeiro filme da carreira de Kéfera, que também é atriz. Diante da recepção calorosa do público, que além de gritar levou faixas com o nome do filme, a youtuber revelou mais dois novos projetos.
 
"Gravo outros dois filmes em setembro e novembro. Vai ser um filme mais adulto, mas não vai ser pornô", brincou em meio a gritos de "gostosa" e "tira a roupa".

A partir daí a conversa tomou outro rumo e Kéfera passou a atender os pedidos do público histérico, que só parou para prestar atenção no que ela falava depois de uma rápida performance da coreografia de "Work", de Rihanna, outro clipe parodiado no YouTube.
 
Fãs enlouquecidos

"Estou aqui desde 6h só por causa dela", declarou chorando Thauany Oliveira, 14, que cruzou a cidade até o Anhembi. O esforço valeu um lugar colado a grade - o mais próximo que o público conseguiu ficar da youtuber.

Um grupo de cinco garotas entre 10 e 16 anos, acompanhadas de duas mães, admitiram que só foram à Bienal para ver Kéfera de perto. "Estou na página 27 do primeiro livro e o segundo leio depois", declarou Julia Rodrigues Rosa, que lamentava não ter conseguido uma das 300 senhas para a sessão de autógrafo após a palestra.

Se mães como Elizabeth Donatone, 47, reclamam dos palavrões proferidos pela youtuber em seus vídeos, Kéfera vê a característica como algo que só aumenta sua popularidade.

"Não é um ídolo que está distante, é um ídolo que está perto, que fala palavrão, grava no quarto sem censura e a galera se identifica", justifica a curitibana de 23 anos.

Os momentos finais da palestra que virou show foram marcados por arremesso de presentes no palco. De vestido curto, Kéfera chegou a passar um hidratante nas coxas. Ela também ganhou pacotes de salgadinho e camisetas suadas dos fãs que se espremeram por mais de duas horas na arena.

O esforço no entanto não partiu somente do público. Seguranças particulares e bombeiros tiveram de segurar as grades em frente ao palco para evitar uma tragédia. A estratégia começou a ser traçada desde o dia anterior, quando um dos seguranças da youtuber visitou o espaço.

No ambiente da Bienal, o clima de tensão entre a segurança começou duas horas antes, quando o público ocupou todo o espaço. A equipe que trabalhava na área de autógrafos onde a atriz Larissa Manoela assinava seu primeiro livro acabou em parte deslocada para a Arena BNDES.