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Bruxas de Salém são tema de segundo conto de Rowling sobre a magia nos EUA

A escritora J. K. Rowling, criadora de "Harry Potter" - Carlo Allegri/Reuters
A escritora J. K. Rowling, criadora de "Harry Potter" Imagem: Carlo Allegri/Reuters

Do UOL, em São Paulo

09/03/2016 11h00

A escritora J.K. Rowling, criadora da série "Harry Potter", deu sequência nesta quarta-feira (9) à série de contos sobre a história da magia nos Estados Unidos, publicando no site oficial da saga o segundo de quatro textos sobre o tema.

A série "História da Magia na América do Norte" revela o passado dessa parte ainda inexplorada do universo mágico, como preparação para a estreia do filme "Animais Fantásticos e onde Habitam", em novembro. O longa se passa nos EUA durante uma visita de Newt Scamander (Eddie Redmaine), autor de um livro didático fictício usado por Harry, Rony e Hermione na escola de bruxaria de Hogwarts.

Rowling - Reprodução/Facebook/Pottermore - Reprodução/Facebook/Pottermore
Imagem do conto "História da Magia na América do Norte: Do século 17 em diante", de J.K. Rowling
Imagem: Reprodução/Facebook/Pottermore

O segundo conto da série trata da comunidade mágica nos EUA a partir do século 17 (leia em português no site oficial da saga, Pottermore), e conta que a colonização da América também fez com que mais bruxos e bruxas chegassem ao "novo" continente, principalmente fugindo de perseguições por parte dos não-majs (termo usado nos EUA para os "trouxas", ou seja, as pessoas que não têm poderes mágicos) ou de outros bruxos.

Rowling revela que, no entanto, a América era um lugar ainda mais hostil para os bruxos, por três motivos: era um país ainda com poucos confortos, os imigrantes não-majs eram mais intolerantes com magia do que os que ficaram na Europa, e formou-se um grupo de bruxos mercenários autoritários e corruptos, os Purgantes, que aterrorizaram a comunidade mágica.

Rowling também se refere ao famoso caso dos julgamentos das bruxas de Salém. Leia o trecho:

Os famosos julgamentos das bruxas de Salém, em 1692-93, foram uma tragédia para a comunidade bruxa. Historiadores bruxos afirmam que, entre os chamados juízes puritanos, havia pelo menos dois Purgantes conhecidos, que se desforravam de desavenças criadas em solo americano. Alguns dos mortos eram de fato bruxos, ainda que absolutamente inocentes dos crimes de que foram acusados. Outros eram simples não-majs que tiveram o infortúnio de serem envolvidos pela histeria e sede de sangue em geral.

Salém foi significativa para a comunidade mágica por razões muito além da trágica perda de vidas. Seu efeito imediato foi a fuga de bruxas e bruxos da América, fazendo também com que muitos outros desistissem de se estabelecer por lá. Tal fenômeno provocou variações curiosas na população mágica da América do Norte, se comparada à da Europa, Ásia e África. Até décadas recentes do século 20, havia menos bruxos e bruxas na população americana em geral do que nos outros quatro continentes. As famílias de sangue puro, que se mantinham informadas pelos jornais bruxos sobre as atividades dos puritanos e dos Purgantes, raramente partiam para a América. Isso significou uma porcentagem muito mais alta de bruxas e bruxos nascidos não-majs no Novo Mundo do que em qualquer outro lugar. Mesmo que tais bruxos e bruxas ainda procurassem casar e formar famílias inteiramente mágicas, a ideologia do sangue puro que permeou grande parte da história da magia na Europa ganhou muito menos impulso na América.

Rowling explica que um dos principais efeitos de Salém foi a criação em 1693 de uma câmara representativa dos bruxos, o Congresso Mágico dos Estados Unidos da América (conhecido pela sigla Macusa, do nome em inglês, Magical Congress of the United States of America), quase um século antes da criação da versão não-maj. Foi a primeira vez em que a comunidade bruxa norte-americana se organizou em torno de leis próprias, como na maioria dos outros países.

Rowling - Reprodução/Facebook/Pottermore - Reprodução/Facebook/Pottermore
Imagem do conto "História da Magia na América do Norte: Século 14 - Século 17", de J.K. Rowling
Imagem: Reprodução/Facebook/Pottermore

O primeiro conto, lançado na terça-feira, enfocou o período entre os séculos 14 e 17. Nele, Rowling conta que os bruxos já conheciam o "novo mundo" muito antes da "descoberta" pelos europeus não-majs e que as comunidades mágicas já mantinham contato desde a Idade Média. Ela também revelou que alguns bruxos tinham posições importantes nas comunidades indígenas, por suas habilidades com plantas e animais mágicos, enquanto outros foram perseguidos.

Veja o vídeo de apresentação da série (em inglês):

Pottermore: Magic in North America

The wizarding world is much larger than you imagined. Learn more about J.K. Rowling's #MagicInNorthAmerica now. #FantasticBeasts http://bit.ly/

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Publicado por Entertainment Weekly em Segunda, 7 de março de 2016


A iniciativa vai até sexta-feira (11) e os contos serão divulgados sempre às 11h, no site pottermore.com.

O filme "Animais Fantásticos..." é o primeiro de uma nova trilogia do universo de Harry Potter e se passa cerca de 70 anos antes dos acontecimentos relatados nos livros da série. Os novos filmes focam nas viagens pelo mundo de Newt Scamander, que anteriormente aparecera apenas como autor do livro didático sobre criaturas mágicas usado na escola de magia de Hogwarts. No primeiro filme ele vai para os EUA e acaba deixando várias criaturas escaparem de sua maleta. A produção também marca a estreia de Rowling como roteirista de cinema.