São Paulo

Blocos estudam Campo de Marte e Ibirapuera como alternativa para Carnaval

Jussara Soares

Do UOL, em São Paulo

  • Gabriela Biló/Estadão Conteúdo

    Em 2015, Alceu Valença comandou o bloco Bicho Maluco Beleza na zona oeste de SP

    Em 2015, Alceu Valença comandou o bloco Bicho Maluco Beleza na zona oeste de SP

A Prefeitura de São Paulo começou nesta terça-feira (17) o cadastramento de blocos que desejam desfilar no Carnaval de rua em 2016. A principal mudança para o ano que vem é o encurtamento dos dias de folia na cidade. Serão apenas três semanas de festas, entre os dias 29 de janeiro e 14 de fevereiro. Em 2015, foram cinco semanas. Apesar de um calendário menor, a expectativa do governo é que o número de cordões salte de 300 para 400.

Outra alteração prevista é a retirada de blocos grandes da Avenida Sumaré. Neste ano, a via recebeu blocos como Bangalafumenga, Quizomba, Gambiarra e o Bicho Maluco Beleza, de Alceu Valença. "A Sumaré comporta os blocos. A questão é a proximidade dela com a Vila Madalena e os problemas na dispersão no bairro ", explicou o secretário de Cultura, Nabil Bonduki.

A proposta é levar os grupos para outros bairros da cidade e deixar na região de Pinheiros apenas aqueles que realmente são do local. Com isso, a prefeitura espera diminuir os transtornos causados no pós-bloco, como excesso de lixo e barulho até madrugada. No último Carnaval, foram registrados confrontos com a polícia.

As novidades estão forçando alguns dos maiores blocos da capital a buscar um novo espaço para desfilar. É o caso do Bangalafumenga, que desde 2014 desfila  na Avenida Sumaré,  e neste ano arrastou cerca de 100 mil pessoas.  Para 2016, uma alternativa é migrar para as proximidades do Campo de Marte, na Zona Norte, usando o local ocupado tradicionalmente pela Marcha Para Jesus.

"Somos o maior bloco, mas também somos o mais organizado. Não temos responsabilidade sobre o que ocorre na madrugada na Vila Madalena", diz Cesar Pacci, diretor da Oficina de Alegria, que produz o Banga em São Paulo. Ele não descarta a mudança de trajeto. "Se for para o bem de todos, nós mudamos. Não tem problema."

Já o Quizomba, que em 2015 ocupou meia faixa da Avenida Sumaré com cerca de 10 mil pessoas, ainda não tem um novo destino. "Não houve tumulto no trânsito. E às 18 horas encerramos nosso desfile", observou André Schmidt, diretor do Quizomba, reforçando a identificação do bloco com a região. "Ensaiamos o ano inteiro no Jongo Reverendo, na Vila Madalena. Nossos batuqueiros moram na região. É difícil ir para outro lugar."

Ibirapuera

Outro local que deve passar a ser rota de foliões é a Praça dos Expedicionários, nas proximidades do Parque do Ibirapuera.  O trecho deve ser ocupado pelo Bloco Bicho Maluco Beleza, comandando por Alceu Valença, que e 2015 levou 70 mil foliões à Avenida Sumaré.

O endereço também deve ser o destino do Monobloco, que prepara sua estreia em São Paulo e espera receber 100 mil pessoas. A ideia inicial do grupo era sair no dia 25 de janeiro, aniversário de São Paulo, mas, com a determinação de que os desfiles se concentrem entre 29 de janeiro e 14 de fevereiro, os produtores já estudam alterar o calendário. "A chance de mudar para o dia 30 é grande", avisou o produtor Rogério Oliveira, da Pipoca.Co, que junto com a Oito Zero Oito, é responsável pela organização do Monobloco em São Paulo.

Cadastro

O cadastro pode ser feito no site carnavalderua.prefeitura.sp.gov.br. Grupos sem patrocínio podem solicitar o apoio da prefeitura para ambulância, banheiros químicos e isenção de taxas de fechamento de ruas.

Nos próximos dias, o governo Fernando Haddad (PT) deve publicar o decreto com as regras para o Carnaval de 2016. Também devem ser anunciados os patrocinadores das festas nas ruas. O investimento previsto é de R$ 4 milhões.
 

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