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Finalista do "The Voice" estreia como atriz em musical com músicas de CH&X

A multi-instrumentista Lucy Alves é protagonista do musical "Nuvem de Lágrimas" - Reprodução/Facebook  - Reprodução/Facebook
A multi-instrumentista Lucy Alves é protagonista do musical "Nuvem de Lágrimas"
Imagem: Reprodução/Facebook

Mariane Zendron

Do UOL, em São Paulo

28/09/2015 16h15

Estreia em novembro, em São Paulo, “Nuvem de Lágrimas”, o musical que teve a ousadia de unir músicas de Chitãozinho & Xororó com um texto livremente inspirado no clássico “Orgulho e Preconceito”, de Jane Austen.

A protagonista Elizabeth Bennet agora é Maribete Borba, apaixonada por música e que tem uma relação de gato e rato com o advogado Darcy. Para o papel de Bete, era necessário alguém que tivesse uma relação genuína com a música, mais do que experiência em atuação. Finalista do “The Voice” em 2013, a multi-instrumentista Lucy Alves apareceu como escolha certa para o papel.

A paraibana de 29 anos vive literalmente em meio à música desde o berço. Seu pai, engenheiro de formação e músico de vocação, deixava instrumentos espalhados pela casa e incentivava as três filhas a pegarem alguns deles. Lucy decidiu pegar todos que viu pela frente. Aos quatro anos, já tocava violino na orquestra do estado, depois veio o piano, sanfona, violão, bandolim, contrabaixo, cavaquinho....

Primeiro trabalho como atriz

“Nunca atuei e isso, é claro, dá um pouco de insegurança, mas eu gosto de ser desafiada e atuar vai me trazer uma bagagem interessante para o palco”, contou ela, por telefone, ao UOL. Ensaiando cerca de seis horas por dia, Lucy diz que sente um cansaço mental que nunca havia experimentado antes. “O desafio é ter que pensar e se comportar como outra pessoa. É difícil e mágico ao mesmo tempo”.

Sua personagem forma uma dupla sertaneja com a irmã, Jane Borba, e é líder de uma cooperativa agrícola, onde também trabalham seus pais. Advogado rico e arrogante, Darcy será vivido por outra “cria” da música, Gabriel Sater, filho de Almir Sater. Ela é orgulhosa, ele, preconceituoso.

E essa história de amor e ódio é toda costurada pelas músicas de Chitãozinho e Xororó. “A música-raiz de Chitãozinho e Xororó é muito próxima do que eu canto, porque também fala do meu Brasil”, disse ela, que ainda está aprendendo algumas canções da dupla paranaense. 



O ponto de virada

Esse espaço como atriz se abriu graças ao grande ponto de virada em sua carreira, quando chegou à final do “The Voice”, em 2013. Na época, Lucy fazia parte do Clã Brasil, formado também por suas duas irmãs e seus pais. “Surgiu a possibilidade de eu me inscrever no programa, mas acreditava que não me encaixaria. Achava que era muito americano. Meu pai dizia que eu seria chamada com certeza”.

Lucy não só foi chamada como chegou à final. Não venceu, aquele ano era de Sam Alves, mas garante que o programa foi uma boa vitrine para sua carreira, que já tinha um rumo certo. “Se você sabe qual caminho seguir, é melhor. Eu vi gente ali que pirou porque do dia para a noite, todo mundo te conhece. Mas se você não estiver bem organizado, as coisas acabam depois do programa. Você sai da mídia. Alguns ficam desestabilizados”.

Depois do "The Voice", ela diz que conseguiu fazer muitos shows, alguns nos Estados Unidos. Uma das apresentações no Brasil vai virar um DVD, que será lançado no começo de 2016. “A intenção era lançar este ano, mas deixei para o ano que vem porque quero me dedicar ao musical”.