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Em "Scream Queens", criador de "Glee" conquista jovens com terror trash

James Cimino

Do UOL, em San Diego (Estados Unidos)

12/07/2015 08h27

O diretor, produtor e roteirista Ryan Murphy sabe como se comunicar com o público adolescente contemporâneo. Seus protagonistas são sempre representações dos excluídos que estão em luta contra a opressão de uma sociedade consumista, frívola e vaidosa, cujos dramas são desenvolvidos em meio a narrativas fragmentadas e carentes de sentido.

E se em “American Horror Story” e “Glee” usou bruxas, high schools e números musicais como elementos para falar de homofobia, racismo, sexismo e preconceitos em geral, na série “Scream Queens”, cujo primeiro episódio foi exibido com exclusividade para o público da San Diego Comic Con na noite deste sábado (12), seu alvo é o sistema de castas impetrado pelas fraternidades das universidades americanas.

Aparentemente funcionou. O público do salão 6 já entrou em histeria antes mesmo da exibição quando a veterana Jamie Lee Curtis adentrou o recinto e foi para o meio da galera acompanhada das principais atrizes do elenco para exaltar o privilégio de todos os que estavam ali presentes.

Munida de um microfone, usando um tubinho preto e saltos altos que destacavam suas panturrilhas que se tornaram notórias na cena de strip tease do filme “True Lies”, ela fez questão de apresentar e elogiar o talento de cada uma das jovens atrizes com quem contracena, entre elas as já bastante idolatradas Emma Roberts (“American Horror”), Leah Michelle (“Glee”) e Abigail Breslin (a “Pequena Miss Sunshine”).

E se “American Horror Story” teve o mérito de tornar veteranas como Jessica Lange e Kathy Bates conhecidas deste público, certamente “Scream Queens” fará o mesmo com Curtis, que não apenas se demonstrou entusiasmada (“nunca estive em um trabalho tão empolgante como este”) como é dona dos melhores diálogos.

Com a participação especial de astros teen, como Arianna Grande e Nick Jonas, a série também tem como pontos altos, além do texto afiado e do desfile de beldades masculinas e femininas, o humor negro e o terror trash.

Exemplo bom disso é a personagem Taylor Swift Surda, uma estudante com deficiência auditiva, fã de Taylor Swift, que é enfiada à força na fraternidade comandada por Chanel (Roberts) e suas asseclas, que são chamadas apenas por números (Chanel nº 1, nº 2, nº 5 etc). Sem falar nas ridiculamente hilárias cenas de assassinato, que fazem a máxima “é tão ruim que acaba sendo bom” valer a hora que você vai gastar de sua vida vendo isso. E como TV é, antes de tudo, entretenimento, Murphy novamente parece ter acertado em cheio.

“Scream Queens” estreia em setembro nos Estados Unidos.

No vídeo abaixo, Jamie Lee Curtis elogia Abigail Breslin na Comic-Con