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"50 Tons": Sem surpresas, "Grey" começa com pesadelo sobre infância

Do UOL, em São Paulo

18/06/2015 09h11

Qual foi o primeiro pensamento que veio à mente de Christian Grey ao conhecer Anastasia Steele? E na primeira vez que ele a viu mordendo o lábio inferior? E quando ele ficou sabendo que ela não tinha namorado? “Orientação sexual desconhecida. Talvez ela seja gay”, pensa o bilionário sadomasoquista.

A perspectiva de Grey é o que norteia o novo livro da saga “Cinquenta Tons”, “Grey”, de E.L. James, lançado no mercado internacional à meia-noite desta quinta-feira (18) para assim festejar o aniversário ficcional do personagem. No Brasil, o romance deve ser lançado somente em 18 de setembro.

Christian Grey não tem um “deus interior” para se corresponder, como acontece com Anastasia, mas não lhe faltam pensamentos sobre seu encontro com a estudante. Monólogos que revelam pensamentos mais pornográficos do que no primeiro livro da série. "Uma ligação direta com seu pênis", comenta o jornal "London Evening Standard". Além de enxergar o sexo de maneira mais direta, ele se preocupa com seu ciúme paranoico e com o fato de Ana gostar de sexo “baunilha”, realmente detesta o amigo de Ana, Kavanagh, e fica maravilhado com as habilidades orais da parceria.

O livro começa com Grey tendo um pesadelo sobre sua dura infância – envolvendo carros de brinquedo e a própria mãe. Acorda confuso. “Que diabos foi isso?”, pergunta a si mesmo.  O tema foi abordado no primeiro livro, mas agora volta com mais força, mas peca por não trazer novidades. “O novo livro é desprovido de qualquer verdadeira surpresa, mas isso não vai importar fãs”, comenta a agência AP.

E não se importaram mesmo. "Grey" foi o livro mais pedido na pré-venda em 2015 na Amazon, mas as primeiras resenhas do livro não pouparam críticas a falta de ousadia de E. L. James. O Guardian dá um exemplo de uma pergunta que poderia ser melhor respondida sobre o personagem. “Alguém realmente sabe o que ele faz no trabalho?”

A publicação britânica também destaca que as passagens previsíveis e clichês voltaram em boa forma. "Anastasia, eu já lhe disse. Há algo em você. Eu não posso deixá-la. Eu sou como uma mariposa em direção à chama”, diz Grey a Ana.

No Twitter, alguns fãs relataram que passaram a madrugada lendo o novo livro. “Quase na metade de ‘Grey’. Estou completamente apaixonada”, comentou uma leitora. “’Grey’ é tão lindamente escrito. Obrigado Erika por nos guiar no mundo e na cabeça de Christian”, escreveu outra. E. L. James dedica o trabalho apenas aos fãs “que pediram, pediram, pediram isso”. O Guardian provoca: “Vivemos em um mundo em que não é possível dizer não para esses pedidos?”