Bibi Ferreira diz que não gosta de dirigir teatro e que faltam autores
Aos 92 anos, a atriz Bibi Ferreira contou em entrevista ao programa da TV Cultura “Roda Viva” nesta segunda-feira (13) que a direção teatral não lhe agrada mais. Ao mesmo tempo, ela elogia os atores atuais e critica a falta de autores de peças para que o mercado artístico seja mais completo.
“Não gosto mais de dirigir teatro. Não é porque não gosto mais de conviver com atores. É pela qualidade. Quando você pega uma peça que se apaixona e tal, maravilha. Mas quando já começa a ser obrigação, não há nada pior para o teatro. Com meu pai, peguei muitas peças que não gostava”, disse a atriz, que é filha do também ator Procópio Ferreira e que tem 73 anos de carreira teatral.
Ao falar sobre musicais atuais, Bibi enfatizou que não temos autores e compositores brasileiros. Para ela, essa escassez se define por uma “questão de safra”. “Creio que essa geração está boa. Estão fazendo musicais, estão cantando. O que eu acho é que nós não temos autores nossos. Nós não temos compositores de musicais. São poucos foi a ‘Gota D’Água’ [peça de teatro]” e parou por aí”, explicou a atriz, que está em cartaz com o musical monólogo "Bibi Canta Sinatra".
Mesmo citando a falta de autores, a atriz acredita que nos palcos, o trabalho em equipe é o principal caminho para a evolução do artista. "Quando temos que lidar com outros atores, é sempre uma troca, é muito competitivo, é entusiasmante", disse Bibi.
Relação com os pais
Bibi contou que sua mãe foi a grande responsável por chegar onde chegou. De acordo com a atriz, em sua casa, não existia o ócio. Aos 15 anos, ela já falava cinco idiomas e declarou que sua família não era rica. “Se não fosse a mãe que eu tive não teria estudado nada. Nós não tínhamos dinheiro. Minha mãe fazia limpeza de pele. Ela conseguiu encher caixinhas que tinha para cada coisa: água, luz, cursos Bibi. Minha mãe fez muita força para eu ter uma base” , contou a atriz.
Já sobre seu pai, a atriz falou sobre os aprendizados deixado pelo ator. Bibi relembrou que ele sempre pedia que ela falasse alto. “Meu pai era muito generoso dentro e fora do palco. Ele só me dizia uma coisa: fala alto. Se você não domina pela palavra, não há possibilidade de dominar nada. Papai sempre exigiu muita disciplina. O rigor era muito necessário. Papai dizia sempre: ‘A única pessoa que compra o produto sem ter vê-lo antes é o público. Trate-o bem’”, finalizou.
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