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Com grande público, MIS passa de espaço cultural para experiência social

Fila de espera para exposição de Stanley Kubrick no MIS chega a 3h - Letícia Godoy para o MIS
Fila de espera para exposição de Stanley Kubrick no MIS chega a 3h Imagem: Letícia Godoy para o MIS

Mariane Zendron

Do UOL, em São Paulo

31/01/2014 18h23

Sai um mestre do cinema, entra um mestre da música. Depois da exposição com mais de 500 itens ligados ao cineasta Stanley Kubrick, o MIS (Museu da Imagem e do Som), em São Paulo, abre nesta sexta-feira (31) a exposição "David Bowie", que promete inserir o público no processo criativo do "camaleão do rock". O sucesso da exposição anterior e a promessa de um público ainda maior para a atual reforçam as mudanças nas diretrizes do museu, anunciadas em maio de 2011.

As mudanças foram anunciadas com um novo diretor, André Sturm, que hoje comemora a popularidade do espaço. "A ideia era recuperar o MIS como área cultural da cidade, e conseguimos. A exposição do Kubrick, por exemplo, passou de evento cultural para evento social. As pessoas iam porque tinha fila, porque todo mundo estava falando disso. As pessoas postavam fotos no Instagram, no Twitter, no Facebook. Foi uma avalanche", disse ele ao UOL

Em 2011, quando Sturm assumiu, o secretário de Estado da Cultura, Andrea Matarazzo, disse que o MIS deveria ser mais abrangente. "Não se pode disponibilizar a verba de R$ 12 milhões por ano para um público de apenas 80 mil pessoas". Em três meses em cartaz, a exposição do Kubrick levou 80 mil espectadores, recorde de público do museu que superou com boa margem a exposição mais vista até então, sobre o ilusionista e cineasta George Méliès em 2012, com 50 mil pessoas. Em 2010, o MIS recebeu 60 mil visitantes no ano inteiro.

Para atrair tantas pessoas, a ideia da curadoria é aliar uma assunto popular a uma experiência sensorial. A primeira mostra com essa ideia foi a do Méliès, que trazia uma ambientação de teatros do início do século 20 e permitia que as pessoas gravassem um vídeo com as técnicas do cineasta. A exposição sobre Kubrick seguiu a mesma linha e ganhou uma montagem diferenciada quando veio para o Brasil, com um ambiente para cada filme do diretor.

"Quando vi a exposição em Los Angeles, fiquei com a impressão de que era mais uma coisa para fã. Mas criando um ambiente para cada filme, a exposição virou de todo mundo. As pessoas tinham medo da sala do 'Iluminado', ficaram impressionadas com a de '2001' e viajaram no tempo em 'Barry Lyndon'". Sturm acredita que a exposição de Bowie causará uma comoção parecida. "Quem é fã vai se rasgar e quem não é vai se emocionar", brinca.

20 anos de "Castelo Rá-Tim-Bum"
Para Sturm, a popularidade do espaço é boa não só para o museu, mas para a atividade cultural na cidade inteira. "Isso acaba levando as pessoas para outros lugares", garante. Em julho, uma nova experiência sensorial deve ocupar as salas do MIS, com a exposição "20 anos de Castelo Rá-Tim-Bum", que promete seguir os moldes das anteriores para atrair grande público.

Com apoio da Fundação Padre Anchieta, a mostra irá exibir peças originais do programa, produzido entre 1994 e 1997 para a TV Cultura, como figurinos e bonecos. O museu terá ainda uma programação paralela, com bate-papos com elenco da série, uma maratona infantil especial, além da exibição de 90 episódios da série e do filme "Castelo Rá Tim Bum" no Auditório MIS.