Marta Suplicy nega parâmetro étnico na escolha de brasileiros em Frankfurt
A ministra da Cultura, Marta Suplicy, comentou a matéria do jornal alemão "Süddeutsche Zeitung", publicada há cerca de um mês, na qual informou que apenas um negro faz parte da lista de 70 autores chamados para representar o Brasil na Feira de Frankfurt, na Alemanha. A ministra explicou em coletiva nesta quarta-feira (2) à imprensa na Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, que a eleição dos autores teve que seguir critérios como autores de livros traduzidos ou em vias de serem traduzidos para o alemão ou outro idioma estrangeiro.
"O critério [de escolha] não foi étnico. É uma feira comercial, então temos que dar prioridade a quem vai poder se colocar lá. Autores consagrados e a nova produção literária brasileira ainda desconhecida na Europa e mesmo aqui, mas que são autores que as editoras investem por considerarem que são grandes talentos", declarou a ministra.
Marta ressaltou que políticas públicas como o ProUni (Programa Universidade para Todos) e também as cotas vão possibilitar que, nas próximas gerações, o país tenha um número representativo de autores negros da sociedade brasileira. "Hoje, infelizmente, não temos isso, é uma realidade".
Segundo a ministra, o Brasil está pronto para exercer seu papel de convidado de honra. Os contratempos nos preparativos já foram sanados e tudo foi resolvido dentro do orçamento de R$ 18,9 milhões, garantiu ela. Marta informou que os atrasos se deveram a mudanças de cargos no Ministério da Cultura, no Itamaraty e na Biblioteca Nacional.
"Essas mudanças todas acarretaram confusão. Houve uma série de situações bastante desfavoráveis que nos deixaram bem preocupados. Mas viramos a página", declarou. "Tivemos três licitações e obviamente ganharam os melhores preços. Conseguimos um hotel quatro estrelas em um lugar muito bom, melhor do que antevimos. Estamos respirando aliviados e está tudo sob controle", disse Marta.
Segundo o ministério, houve atrasos na abertura de licitações, de responsabilidade do Itamaraty, para contratação de serviços de hospedagem para a delegação, de produção executiva e de assessoria de comunicação. Os três processos licitatórios foram abertos três semanas antes da data de início da feira.
200 livros traduzidos
O presidente da FBN (Fundação Biblioteca Nacional), Renato Lessa, informou que mais de 200 obras foram traduzidas, como parte do Programa de Apoio à Tradução e à Publicação de Autores Brasileiros no Exterior. Segundo ele, as traduções vão ajudar a ampliar a presença do livro brasileiro na feira. Lessa disse ainda que a Alemanha é o país que mais demanda bolsas de publicação desde 2010, seguida da Espanha, França, Itália e Argentina.
Desde 2010, foram criadas 422 bolsas de apoio à tradução de autores brasileiros no exterior e 110 obras foram publicadas na Alemanha, das quais 63% oriundas do programa da fundação, explicou ele. "Acho que esse interesse pela literatura brasileira, que já é grande, vai continuar a crescer, e o programa pode ajudar, pois é barato", completou Lessa.
Considerado o maior evento mundial no mercado de livros, a Feira de Frankfurt vai reunir, entre os dias 9 e 13 deste mês, mais de 7.000 expositores de cem países, com expectativa de receber mais de 250 mil visitantes. A participação brasileira no evento é organizada pelos ministérios da Cultura e das Relações Exteriores, a FBN, a Funarte (Fundação Nacional de Artes), a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) e a CBL (Câmara Brasileira do Livro). Esta é a segunda vez que o Brasil é homenageado na feira. A primeira foi em 1994.
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Comitiva dos autores brasileiros na Feira do Livro de Frankfurt 2013 Adélia Prado (MG)Adriana Lisboa (RJ) Affonso Romano de Sant'Anna (MG) Age de Carvalho (PA) Alice Ruiz (PR) Ana Maria Machado (RJ) Ana Miranda (CE) André Sant’Anna (MG) Andrea del Fuego (SP) Angela-Lago (MG) Antonio Carlos Viana (SE) Beatriz Bracher (SP) Bernardo Ajzenberg (SP) Bernardo Carvalho (RJ) Carlos Heitor Cony (RJ) Carola Saavedra (RJ) Chacal (RJ) Cíntia Moscovich (RS) Cristovão Tezza (SC) Daniel Galera (RS) Daniel Munduruku (PA) Eva Furnari (SP) Fábio Moon e Gabriel Bá (SP) Fernando Gonsales (SP) Fernando Morais (MG) Fernando Vilela (SP) Ferréz (SP) Flora Süssekind (RJ) Francisco Alvim (MG) Ignácio de Loyola Brandão (SP) João Almino (RN) João Gilberto Noll (RS) João Ubaldo Ribeiro (BA) Joca Reiners Terron (MT) José Miguel Wisnik (SP) José Murilo de Carvalho (MG) (MG) Lilia Moritz Schwarcz (SP) Lourenço Mutarelli (SP) Luiz Costa Lima (MA) Luiz Ruffato (MG) Manuela Carne
até quando vamos ter que aturar esse tipo de sangue suga???? Esses "escritores"sic ...deveriam ter vergonha na cara e sumirem do mapa. Cadê a lista dona Marta??? Quem são ??? Essa comissão vai quem??? Brasil transparente..sei...sei...