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Fotografia de policiais é retirada de mostra depois de ameaças

Fotografia sobre reintegração de posse do edifício Prestes Maia de Antonio Brasiliano - Antonio Brasiliano
Fotografia sobre reintegração de posse do edifício Prestes Maia de Antonio Brasiliano Imagem: Antonio Brasiliano

Do UOL, em São Paulo

14/08/2013 20h26

Uma obra exposta no muro do centro cultural Espaço Cult, localizado na Vila Madalena, em São Paulo, foi retirada do local nesta quarta-feira (14) depois de ameaças de policiais militares, segundo o autor da fotografia, Antônio Brasiliano.

A foto tirada em 2005 mostra a reintegração de posse do edifício Prestes Maia – localizado na rua homônima, em São Paulo. Em primeiro plano, aparecem blocos de concreto com imagens de ratos, grafitados pelo grupo Esqueleto Coletivo. Já em segundo plano, policiais militares aparecem posicionados em linha. (veja acima)

De acordo com o artista, a “PM abordou frequentadores, proprietários e vizinhos do espaço questionando sobre o conteúdo da obra”. “Não estava presente, mas é óbvio que existiram bons motivos para que a fotografia fosse retirada antes do término da exposição. Com tantos casos de abuso de autoridade e violência policial, as pessoas se intimidam e têm medo de represálias”, disse Brasiliano.

A assessoria da Polícia Militar declarou ao UOL que não havia nenhuma denúncia sobre esse caso. “Não há nenhum posicionamento da PM para que policiais censurem ou proíbam a exposição de uma obra. Isso não é permitido”, explicou o assessor.

A obra fazia parte da mostra “Quatro Retratos”, que reunia trabalhos de Thelma e Marcos Vilas Boas, Julio Kohl e Marcelo Naddeo. A exposição foi encerrada antes do previsto, mas o Espaço Cult não quis se pronunciar sobre o motivo.

Brasiliano disse que a fotografia foi escolhida por ele para a exposição “por conta das manifestações que ocorrem por todo o Brasil”. “A ideia agora é expor em outro lugar. Um local neutro e público para que uma instituição privada não tenha que passar por essa retaliação e constrangimento vindo da Polícia Militar”, finalizou ele.