Renato Canini, "pai" do Zé Carioca, revela que nunca foi ao Rio
Mais conhecido no Brasil por seu trabalho à frente da HQ do Zé Carioca, o desenhista gaúcho Renato Canini, 77, nunca esteve no Rio de Janeiro. A revelação foi feita em entrevista publicada nesta quarta-feira (20) no blog do ilustrador Orlando Pedroso.
"Detesto viajar. Sair de Pelotas já é um sacrifício", diz Canini, que durante a maior parte do período em que produziu as histórias para a editora Abril, nos anos 60 e 70, fazia os desenhos em Porto Alegre e mandava por malote para a editora paulista.
Dono de um traço bastante livre, Canini conta ainda que penou quando teve de se adaptar ao padrão rígido dos desenhos dos personagens Disney na época. "Era aquela disciplina. Tinha que ter cinco barbelinhas de um lado, cinco de outro, tinha que ficar contando", lembra, referindo-se ao famoso papagaio criado por Walt Disney e sua equipe no início da década de 1940 após uma viagem ao Brasil, da qual resultado o desenho "Alô, Amigos".
"Eu não podia me soltar muito, aquilo foi brabo (sic). Mas, pra mim, o melhor desenho do Zé Carioca era dos americanos. Imbatível! O Zé Carioca de charuto, hoje em dia, seria inadmissível", diverte-se o veterano, que lançou recentemente, em tiragem limitada, a coletânea de desenhos "Pago pra Ver", que reúne trabalhos retratando o imaginário do Rio Grande do Sul, onde vive até hoje.
"Nunca saí do Brasil. Na verdade, só viajei a São Paulo naquela época [quando começou a trabalhar para a Abril e outras revistas infantis] e pra Minas, quando fui homenageado no Festival Internacional de Quadrinhos poucos anos atrás. Não conheço o Rio."
A íntegra da entrevista com Canini pode ser lida no blog do Orlando.
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