Exposição sobre Jorge Amado começa nesta terça (17), no Museu da Língua Portuguesa
As fitinhas da foto acima parecem aquelas de Nosso Senhor do Bonfim, que se tornaram um símbolo baiano se não fosse por um detalhe: trazem impresso nomes de personagens criados por Jorge Amado (1912-2001), como Afrânio Portela, de "Farda, Fardão, Camisola de Dormir", e Kirsi, de "Tenda dos Milagres". A peça integra a exposição "Jorge Amado e Universal", que será aberta ao público nesta terça-feira (17), no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo.
Com expografia de Daniela Thomas e Felipe Tessara, a mostra é dividida em módulos, cada um voltado a algum aspecto da vida e da obra de Amado. O primeiro aborda os personagens criados por ele, com destaque para Gabriela e Nacib ("Gabriela Cravo e Canela"), Dona Flor ("Dona Flor e Seus Dois Maridos"), Pedro Arcanjo ("Tenda dos Milagres"), Antonio Balduíno ("Jubiabá"), Guma e Lívia ("Mar Morto"), Santa Bárbara ("O Sumiço da Santa"), Quincas ("A Morte e a Morte de Quincas Berro d'Água"), o Menino Grapiúna e os capitães da areia, de livros homônimos. A instalação das fitinhas fica na mesma sala, com nomes de outros cem personagens.
O segundo módulo é dedicado à atuação política de Jorge Amado, que foi deputado federal por São Paulo, e o terceiro aborda dois temas caros ao escritor: a miscigenação e o sincretismo religioso. Há ainda um espaço dedicado à malandragem e à sensualidade, aspectos frequentemente presentes em seus livros, e outro que aborda as belezas e os problemas da Bahia, tais como retratados pelo autor.
A mostra traz ainda uma seleção de depoimentos de familiares, artistas, amigos e críticos - entre eles está o do atual dono do Bar Vesúvio, em Ilhéus, que conta que Nacib e Gabriela foram inspirados em personagens reais. A popularidade internacional de Jorge Amado também será contemplada na exposição, que apresentará edições publicadas em diversos países de seus livros.
A exposição, que ocupa o primeiro andar do museu e parte do segundo, reúne fotografias, documentos, cartas e ilustrações, como a que o artista plástico Poty fez para "Capitães da Areia". E traz também as típicas camisas floridas do escritor, garrafas de dendê, cacau torrado e armações metálicas que remetem ao Solar do Unhão, à praça Castro Alves e a algumas residências soteropolitanas.
A curadoria é de Ana Helena Curti e a direção geral, de William Nacked. Parte das comemorações oficiais do centenário, chanceladas pela Fundação Casa de Jorge Amado, a mostra fica em São Paulo até 22/7 e depois vai para o Museu de Arte Moderna da Bahia. Lá, ficará em cartaz de 10/8 a 14/10.
"Jorge Amado e Universal: Um olhar inusitado sobre o homem e a obra"
Quando: 17/4 a 22/7
Onde: Museu da Língua Portuguesa (Praça da Luz, s/nº, Centro. Tel.: 0/xx/11 3326-0775)
Ingresso: R$ 6 (pagamento somente em dinheiro); aos sábados a entrada é franca
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