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Alfred Hitchcock, um dos maiores gênios do cinema, completaria hoje 120 anos

Alfred Hitchcock - Divulgação/IMDb
Alfred Hitchcock Imagem: Divulgação/IMDb

Antonio Martín Guirado

EFE

13/08/2019 07h06

Um dos maiores gênios da história do cinema, Alfred Hitchcock completaria 120 anos hoje, e seu legado como grande mestre do suspense continua vivo e influenciando alguns dos mais brilhantes diretores modernos do gênero.

De Jordan Peele até David Fincher, passando por Martin Scorsese e Brian de Palma, as referências ao cinema de Hitchcock são permanentes e aparentemente eternas. François Truffaut afirmava, inclusive, que o diretor estava no nível de artistas como Kafka, Dostoiévski e Edgar Allan Poe ao descrever a ansiedade do homem.

"Hitchcock é cinema puro, influência no gênero e fonte de inspiração para muitos cineastas", disse à Agência Efe o diretor espanhol Francisco Javier Gutiérrez, que é grande admirador do cineasta que hoje faria 120 anos.

Para homenagear Hitchcock, Gutiérrez fez o curta-metragem Norman's Room, que girava em torno do famoso assassinato na ducha exibido em Psicose, lançado em 1960.

A morte de Marion Crane no filme é para Gutiérrez um "objeto de fascinação". Para o diretor espanhol, a cena é um "momento único" da sétima arte que conseguiu ficar gravado na retina dos espectadores.

Janet Leigh em "Psicose" (1960), de Alfred Hitchcock - Divulgação - Divulgação
Janet Leigh na clássica cena de "Psicose" (1960)
Imagem: Divulgação

Trajetória premiada

Indicado cinco vezes ao Oscar de melhor diretor, Hitchcock nunca levou uma estatueta para a casa e só foi reconhecido pela Academia em 1968, pelo conjunto de sua obra. Quatro de seus longas também foram indicados a melhor filme. Apenas Rebecca, a Mulher Inesquecível (1940) foi premiado.

Mas seu talento ia muito além que os prêmios podiam testemunhar. Nascido em Essex em 13 de agosto de 1899, Hitchcock construiu uma filmografia sem precedentes ao longo de seis décadas.

A trajetória no cinema mudo deixou clássicos como O Inquilino Sinistro (1927), no qual o diretor já começava a mostrar sua peculiar capacidade para criar tensão e suspense. O filme conta a história de uma mulher que suspeita que um de seus hóspedes é um temido serial killer.

Além disso, o filme é lembrado pela primeira aparição do diretor em cena, algo que se tornaria uma marca de seu cinema.

O primeiro trabalho falado foi Chantagem e Confissão (1929), um filme gravado originalmente mudo, mas que posteriormente foi reeditado com som.

Antes de dar o salto a Hollywood após ser convencido com o produtor David O. Selznick, com quem assinou um contrato para fazer cinco filmes por US$ 800 mil, Hitchcock presenteou o cinema britânico com dois dos melhores thrillers da história: Os 39 Degraus (1935) e A Dama Oculta (1938).

Ambos traziam elementos de espionagem e confusão de identidades, que seriam recorrentes na trajetória do diretor.

Já nos Estados Unidos, Hitchcock iniciou a fase mais brilhante de sua carreira, inaugurada com Rebecca, a Mulher Inesquecível"(1940), filme protagonizado por Laurence Olivier e Joan Fontaine. que obteve 11 indicações ao Oscar.

No ano seguinte, Fontaine levou o Oscar de melhor atriz por Suspeita (1941), algo que nenhum outro ator ou atriz conseguiu com um filme do cineasta britânico.

O filme também foi o primeiro trabalho de Hitchcock com Cary Grant, com quem voltou a colaborar em Interlúdio (1946), Ladrão de Casaca (1955) e o emblemático Intriga Internacional (1959).

Festim Diabólico (1948), o primeiro filme em cores de Hitchcock, também marcou o início dos trabalhos com James Stewart, que seguiu ao lado do diretor em A Janela Indiscreta (1954), O Homem Que Sabia Demais (1956) e Um Corpo Que Cai (1958).

E ainda faltam na lista filmes como Os Pássaros (1963), Marnie, Confissões de uma Ladra (1964), entre outros, que mostram como a obra de Hitchcock ainda segue viva no cinema moderno.